Uma conversação reveladora no WhatsApp entre procuradores do Ministério Público de São Paulo (MPSP) expôs descontentamento em relação aos salários. Os membros do MPSP se sentem desvalorizados quando comparados aos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
No grupo intitulado “Equiparação Já”, o procurador Márcio Sergio Christino fez comentários sobre os luxuosos automóveis dos magistrados, incluindo Porsches. Ele afirmou que os procuradores são vistos como de uma “classe social inferior”. Christino questionou os colegas: “Vocês já andaram de Porsche hoje?”, antes de mencionar um almoço com desembargadores que possuem esses carros.
“Parece que ficamos acostumados com o desnível financeiro e social que nos colocamos em relação à magistratura”, disse ele, referindo-se à diferença entre os salários e estilos de vida. “Agora estamos em uma classe social inferior”, desabafou.
A troca de mensagens continuou durante a semana, com a procuradora Valéria Maiolini relatando a compra de um terceiro carro de colecionador por um juiz, totalizando mais de R$ 1 milhão. Enquanto isso, os procuradores lutam para receber o mínimo a que têm direito.
Christino destacou que a diferença salarial está se aproximando mais do que a do magistério, e ironizou a situação. Ele defendeu que o grupo foi criado para pleitear salários iguais aos da magistratura e para discutir benefícios e remunerações extras para os servidores públicos.
Ao ser questionado pelo Metrópoles, Christino inicialmente duvidou da autenticidade das mensagens, acusando o site de manipulação. Contudo, mais tarde, ele mesmo voltou ao grupo para comentar que um “vazador” estava monitorando críticas ao Procurador-Geral de Justiça.
Além disso, mencionou que a situação expõe uma disputa eleitoral, já que novos diretores do Conselho Superior do MPSP serão escolhidos em dezembro. O procurador reforçou que suas conversas foram divulgadas devido à sua candidatura de oposição ao atual procurador-geral.
Grupo reivindica melhores condições
A posição de Christino é apoiada pelo procurador Luiz Faggioni, que se autodenomina como diretor do grupo e qualifica a conversa como uma ironia sobre as condições salariais. “É um grupo sindical, que quer ganhar o que a magistratura ganha. Não é isso que se pensa”, explicou.
No próximo dia 6 de dezembro, os promotores e procuradores de São Paulo escolherão o novo Conselho Superior do MPSP. Christino é o único candidato de oposição e não tem ligação com o atual procurador-geral, o que pode impactar na eleição.
A situação é preocupante e levanta questões importantes sobre a valorização dos profissionais do MPSP. O que você acha sobre essa desigualdade salarial? Deixe sua opinião nos comentários.
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