Battre e diretor são indiciados pela Polícia Civil da Bahia por crimes ambientais em aterro sanitário de Salvador

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A Bahia Transferência e Tratamento de Resíduos (Battre), responsável pelo aterro sanitário de Salvador, e seu diretor, Ângelo Teixeira de Castro Carvalho, foram indiciados pela Polícia Civil da Bahia. A acusação é baseada em crimes contra o meio ambiente, após um inquérito realizado pela 12ª Delegacia Territorial de Itapuã. O documento reúne mais de 200 páginas com laudos, fotos e depoimentos de moradores da região.

No dia 27 de agosto, uma equipe da Coordenação de Perícias dos Crimes Contra o Meio Ambiente vistoriou o local e identificou o desmatamento de cerca de 11 mil metros quadrados em uma Área de Proteção Ambiental (APA) no bairro Nova Esperança. Essa área inclui regiões à margem dos rios Joanes-Ipitanga. Além disso, existem indícios de contaminação por chorume, que ainda está sendo analisado.

Os peritos também observaram solo exposto, manilhas de concreto mal dispostas e o uso de uma retroescavadeira nas margens de um rio, uma prática prejudicial ao meio ambiente. A fauna local, que incluía animais silvestres como tatus e raposas, praticamente desapareceu, conforme apontam moradores, que também relataram que o rio apresenta água barrenta e mau cheiro.

Durante seu depoimento, o diretor da Battre enviou respostas por meio de advogados, que, segundo a investigação, não responderam diretamente a muitas perguntas.

A Battre, que faz parte do Grupo Solvì, opera o Aterro Metropolitano Centro desde 1999. Apesar de denúncias de irregularidades ambientais desde os anos 2000, em janeiro de 2025, a Prefeitura de Salvador renovou o contrato com a empresa por mais 20 anos, no valor de R$ 2,6 bilhões, sem licitação.

O indiciamento se baseia no artigo 50-A da Lei de Crimes Ambientais (Lei n° 9.605/1998), que aborda o desmatamento ilegal em áreas públicas ou devolutas.

Em nota, a Battre contestou o indiciamento, afirmando que a área degradada não pertence à empresa, embora fique próxima ao aterro. Através de uma foto georreferenciada, a pericia teria demonstrado que a área em questão não é de sua responsabilidade. A empresa também afirmou que nem ela nem o diretor Ângelo Teixeira de Castro Carvalho foram formalmente indiciados e reafirmou seu compromisso com a legislação ambiental, além de estar aberta ao diálogo com órgãos de controle.

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