Servidor que recebeu dinheiro do PCC teve punição máxima do TJDFT

Rigel dos Santos Brito, servidor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), foi suspenso por 90 dias após ser acusado de receber dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) para vazar informações sobre processos. A suspensão, que começou em 18 de agosto de 2025, resultará na perda de vencimentos durante esse período.

Com um cargo de técnico judiciário e um salário bruto de R$ 17 mil, Rigel enfrentou um processo administrativo que culminou em sua punição máxima estabelecida pela Lei 8.112/1990. A decisão foi tomada pelo corregedor da Justiça do Distrito Federal.

O caso veio à tona durante a operação Temis, em 2024, quando Rigel foi identificado como um dos colaboradores da advogada de Romário de Sousa Nascimento, membro do PCC. Romário havia tentado assassinar uma pessoa em Sobradinho no ano anterior.

Nesta terça-feira, 30 de setembro, ele foi condenado a 16 anos de prisão pela tentativa de homicídio, evidenciando o vínculo entre Rigel e o tráfico de informações do PCC.


Contexto do Caso no DF

  • Em julho de 2023, um conflito por um lote irregular em Sobradinho levou Romário a ferir um homem a tiro.
  • Com pedidos de informações sobre mandados de prisão, a advogada Carla Aparecida Rufino Freitas foi contratada por Romário para preparar sua defesa.
  • Rigel recebeu R$ 50 para compartilhar informações sobre mandados, tornando-se réu por corrupção passiva.
  • A polícia revelou a história após a prisão de Romário em um crime anterior em Goiás, ao descobrir mensagens em seu celular.
  • Após a prisão, Rigel e a advogada foram libertados, mas respondem ao processo em liberdade.
  • Rigel alega apenas ter acessado dados públicos em sua defesa.

Enquanto Romário estava envolvido em um ambiente criminoso no Distrito Federal, ele também arquitetava assassinatos em Goiás. Em 30 de julho de 2023, foi mandante do homicídio de Welton Alves Guimarães.

A advogada Carla estava em negociações para conseguir informações no TJDFT e comprometendo a integridade do servidor, que supostamente recebeu pagamento para a troca de informações. O caso resultou em uma série de mortes associadas a conflitos entre facções criminosas.

O celular de Romário, apreendido e analisado, revelou a trama envolvendo Rigel e a advogada. A operação Temis, realizada em julho de 2024, culminou na prisão dos dois, mas ambos foram soltos posteriormente.

Rigel declarou que seu acesso era a informações públicas e que o recebimento de R$ 50 poderia ter ocorrido devido a dívidas pessoais, não por conspiração. A defesa argumentou que a conversa da advogada era uma tentativa de impressionar o cliente.

Conforme informações do TJDFT, Rigel está cumprindo a suspensão de 90 dias, sendo importante destacar o respeito ao devido processo legal durante sua atuação. A defesa da advogada não respondeu aos contatos feitos pela reportagem.

Esse caso levanta preocupações sobre a integridade dos processos judiciais e a atuação de servidores públicos. O que você acha sobre a situação? Deixe sua opinião nos comentários.

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