Último barco da Flotilha de Gaza desafia bloqueio, mas é interceptado

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O último barco da flotilha Global Sumud, que busca romper o bloqueio marítimo imposto por Israel à Faixa de Gaza e entregar ajuda humanitária à população local, foi interceptado nesta sexta-feira, 3 de outubro. A abordagem ocorreu a cerca de 68 km de Gaza, conforme informado pelos organizadores.

O barco, chamado “Marinette”, foi abordado às 10h29, no horário local. Antes da interceptação, a organização havia postado que o Marinette ainda estava navegando e ciente do que o aguardava. O Ministério das Relações Exteriores de Israel havia alertado que qualquer tentativa de entrada na zona de combate ativa seria impedida.

Nos últimos dias, as forças navais israelenses interceptaram ilegalmente outros 42 barcos, que transportavam ajuda humanitária e voluntários. A ONG que organiza a flotilha expressou sua indignação diante dessas ações.

Na madrugada de 3 de outubro, mais de 400 ativistas a bordo de 41 navios foram detidos, incluindo pelo menos 12 brasileiros. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou que os detidos estavam a caminho de Israel e relatou que pelo menos 20 jornalistas também foram aprisionados.

A operação da Marinha israelense durou mais de 12 horas. Os detidos foram transferidos para o porto de Ashdod e passaram a ser atendidos pela polícia israelense. O governo brasileiro condenou a ação militar de Israel, destacando que a segurança dos detidos é responsabilidade do país.

Os passageiros, considerados “sãos e salvos”, devem ser deportados para a Europa, segundo anunciou Israel.

Missão humanitária

A flotilha Global Sumud, composta por 45 barcos e incluindo personalidades como a sueca Greta Thunberg, partiu da Espanha em setembro com o objetivo de quebrar o bloqueio. A missão é definida pelos organizadores como uma ação de ajuda humanitária pacífica e não violenta. Greta esteve a bordo do navio Alma e foi presa em 1º de outubro.

A Marinha israelense começou a interceptar os barcos após avisar as tripulações sobre a entrada em águas sob controle israelense. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou a operação como realizada de forma profissional durante o Yom Kippur.

A Global Sumud classificou a ação como um ataque ilegal em águas internacionais e um ato de intimidação. Onze participantes gregos iniciaram uma greve de fome em protesto pela detenção.

O movimento islâmico Hamas, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023, considerou a interceptação um “crime de pirataria”.

Reações internacionais

A Turquia acusou Israel de realizar um ato de terrorismo. O presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou a expulsão da delegação diplomática israelense de seu país. Itálua e Espanha enviaram navios militares para escoltar parte da rota da flotilha após ataques de drones denunciados pela ONU e pela União Europeia.

Em junho e julho, a marinha israelense já havia interceptado dois veleiros com destino a Gaza, que tinham a bordo Greta Thunberg e Rima Hassan, as quais foram posteriormente deportadas.

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