Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, estão desvendando por que pessoas mais velhas podem se sentir desorientadas em ambientes que conhecem bem. Um novo estudo, publicado na revista Nature Communications, revela que o córtex entorrinal medial é a região do cérebro afetada, comprometendo a memória espacial com o passar dos anos.
Como o estudo foi conduzido
Para entender essa questão, a equipe analisou 18 camundongos de diferentes idades, simulando as faixas etárias de humanos que vão dos 20 aos 90 anos. Durante seis dias, os camundongos navegaram por pistas em realidade virtual, sendo recompensados com água.
As trilhas mostravam ambientes complexos, permitindo que os pesquisadores observassem a atividade das células de grade no córtex entorrinal medial, essenciais para mapear o espaço. Nos camundongos mais jovens, a atividade dessas células era organizada, enquanto nos mais velhos tornava-se caótica, indicando dificuldades em identificar ambientes e localizar recompensas.
“O córtex entorrinal medial contém todos os componentes necessários para construir um mapa do espaço, mas pouco se sabia sobre como ele se altera durante o envelhecimento saudável”, explica Lisa Giocomo, professora de neurobiologia da Stanford Medicine.
Dificuldades em reconhecer espaços
Os camundongos mais velhos apresentaram sérias dificuldades para se orientar, mesmo em ambientes familiares, confundindo as trilhas e errando o caminho para as recompensas. Charlotte Herber, principal autora do estudo, observou que esses animais tiveram um desempenho inferior em tarefas que exigem memória espacial, semelhante ao que ocorre nas fases iniciais da demência em humanos.
O estudo também identificou alterações em genes que influenciam a comunicação entre neurônios e a adaptação das conexões cerebrais, o que pode explicar a diminuição das células que formam mapas mentais com o envelhecimento. Essas descobertas sugerem que o córtex entorrinal medial é uma das primeiras áreas do cérebro a ser afetada pelo envelhecimento, tornando-se um possível alvo para terapias voltadas a preservar a memória espacial.
Perspectivas futuras
A pesquisa destaca que camundongos de meia-idade apresentaram apenas um leve declínio no desempenho, enquanto os mais velhos mostraram uma queda acentuada. Isso sugere que intervenções precoces podem ser vitais para preservar a memória espacial à medida que envelhecemos.
Os pesquisadores acreditam que entender como essas mudanças ocorrem nas células e nas conexões cerebrais é crucial para desenvolver estratégias e tratamentos que ajudem a retardar os sintomas de demência em pessoas mais velhas.
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