Recentemente, tive uma conversa interessante com meu neto Matheus, que está na fase vibrante dos 15 anos. Ele me procurou para ajuda em um trabalho escolar sobre capitalismo. Para netos, a palavra “não” simplesmente não existe. Logo pensei em me abrir, reconhecendo que não sou um expert no assunto, e aceitei ajudá-lo. A proposta foi discutir e aprender juntos.
Notei que ele estava usando um tênis novinho e perguntei se ele havia ganho. Matheus me contou que o comprou com o dinheiro dos presentes de aniversário e parte da mesada. Fiquei curioso e questionei o preço. Ele se defendeu: “Visitei vários sites e comprei pelo menor preço, estava em promoção”.
A conversa sobre o tênis se tornou um exemplo prático do capitalismo que vivemos diariamente. Quando perguntei como ele decidiu a compra, ele respondeu que foi mais por necessidade, mas a marca e o preço também influenciaram. Focamos, então, no consumidor, elemento vital do capitalismo e responsável pelo que chamamos de “consumo de massas”.
A lógica é simples: quanto mais consumidores, mais compras e lucros. Mas isso depende da concorrência entre as empresas. Em um mercado competitivo, essa disputa se torna feroz e estratégica, com muitas empresas lutando pela atenção do consumidor.
É importante lembrar que as escolhas e comportamentos humanos tornam tudo mais complexo. O capitalismo pode produzir riqueza, mas também gera custos sociais e ambientais. Essa é uma das razões pelas quais o sistema enfrenta tantas críticas, mesmo mantendo-se como o sistema econômico predominante.
Além disso, existem várias formas de capitalismo, como o comercial, industrial e o de estado. Cada um traz sua própria dinâmica, mas todos visam a acumulação de riquezas. Durante a conversa, aproveitei para mencionar o “Capitalismo da Atenção”, conceito do jornalista Chris Hayes, que aborda como o consumo se adaptou à era digital.
Matheus comprou o tênis online, um exemplo claro da dinâmica dessa nova era. Nela, a atenção das pessoas é um recurso valioso, convertido em mercadoria nas mãos de empresas que dominam as plataformas digitais.
Fiz uma pausa para refletir e então compartilhei uma citação de Chris Hayes. Ele diz que a vida na era da atenção é marcada por solidão e ansiedade, com menos amigos e dificuldades em manter a concentração e aprender coisas novas.
Após nossa conversa, Matheus se despediu com um abraço e um sincero “Obrigado pela atenção!”.
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