Primeiro-ministro da França, Sébastian Lecornu, renuncia menos de um mês após assumir cargo

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O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, renunciou nesta segunda-feira (6), apenas 27 dias após assumir o cargo. Sua saída se deu logo após a apresentação de um novo gabinete ao presidente Emmanuel Macron, e acentuou a crise política que a França enfrenta há mais de um ano.

Essa demissão pode levar à dissolução do parlamento e à convocação de novas eleições. Lecornu é o quinto primeiro-ministro durante o segundo mandato de Macron, que começou em 2022. Nos últimos dois anos, a França teve cinco primeiros-ministros: Élisabeth Borne, Gabriel Attal, Michel Barnier, François Bayrou e Lecornu.

A renúncia de Lecornu se tornou a mais breve da história desde 1958, com sua administração durando apenas 27 dias. Após o anúncio, líderes da oposição clamaram pela saída de Macron, como a deputada Mathilde Panot, do partido A França Insubmissa, que afirmou que “a contagem regressiva começou”.

Lecornu justificou sua decisão apontando a intransigência dos partidos políticos, que, segundo ele, priorizaram seus interesses em vez do bem do país. Em um pronunciamento, declarou: “Estava pronto para ceder, mas cada partido queria que o outro adotasse todo o seu programa”.

Antes da renúncia, Lecornu havia anunciado a formação de um novo governo, com novos ministros encarregados de apresentar um orçamento ao país até 31 de dezembro. Ele já havia exercido funções importantes no governo desde a primeira eleição de Macron em 2017 e era, até então, o ministro da Defesa.

Além da crise política, a instabilidade no governo está ligadas a uma grande crise econômica. A França é um dos países mais endividados da União Europeia. Medidas impopulares, como a reforma que aumentou a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, também contribuíram para a insatisfação pública e para a baixa popularidade de Macron.

Lecornu, que se juntou ao movimento centrista de Macron em 2017, já havia substituído François Bayrou, que saiu após nove meses de gestão. Desde as eleições para o parlamento europeu em julho passado, o partido de Macron, o Renascimento, tem enfrentado dificuldades, e o parlamento ficou dividido em três blocos, sem uma maioria formada.

O cenário continua incerto na França. O que você acha dessa situação política? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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