Um estudo recente do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT), na Austrália, mostrou que os esporos da bactéria Bacillus subtilis, crucial para a saúde humana, conseguem sobreviver a condições extremas de lançamento espacial, microgravidade e reentrada na atmosfera terrestre. A pesquisa foi publicada na Nature Partner Journals Microgravity.
Esse achado representa um avanço significativo para missões longas a Marte, onde é vital assegurar um suporte biológico que proteja a saúde dos astronautas. Vamos aos principais pontos:
- Os esporos de Bacillus subtilis demonstraram impressionante resistência às forças de lançamento, microgravidade e reentrada.
- Essas bactérias são essenciais para a manutenção da saúde dos astronautas, contribuindo para o sistema imunológico, a saúde intestinal e a circulação sanguínea durante longas missões.
- O experimento envolveu o envio das bactérias a uma altura significativa, simulando condições de uma viagem interplanetária.
- As descobertas podem levar ao desenvolvimento de sistemas de suporte à vida mais eficazes e a inovações biotecnológicas tanto no espaço quanto na Terra.

Pesquisa traz respostas sobre a resistência da bactéria a situações extremas
Colonizar Marte é um dos grandes desafios da humanidade e manter a saúde dos astronautas nessa jornada é uma preocupação essencial. Desde a década de 1970, entendemos que humanos podem passar períodos curtos no espaço, mas uma missão prolongada ao Planeta Vermelho requer um planejamento biológico mais rigoroso.
Estudos prévios já testaram microrganismos como Bacillus subtilis, vistos como peças-chave para a saúde em ambientes marcianos. A dúvida mais relevante era se essas bactérias conseguiriam resistir à intensa radiação do espaço profundo e às mudanças induzidas pela microgravidade, que podem danificar seu DNA.
Para verificar a resiliência do Bacillus subtilis, os esporos foram enviados em um foguete de sondagem até a borda do espaço. Durante o voo, suportaram forças de até 13g (treze vezes a gravidade da Terra) e passaram mais de seis minutos em microgravidade, a aproximadamente 260 km de altura. A reentrada no clima terrestre também foi desafiadora, com forças de desaceleração de até 30g.

Após esse desafio, as bactérias não apenas se desenvolveram normalmente, mas também mantiveram sua estrutura original. “Nossa pesquisa demonstrou que uma bactéria essencial para nossa saúde pode suportar rápidas mudanças de gravidade”, comentou Elena Ivanova, coautora do estudo. Ela afirmou que isso ampliou nossa compreensão sobre os efeitos dos voos espaciais prolongados nos microrganismos que nos mantêm saudáveis.
Objetivo é estabelecer uma presença humana saudável e duradoura em Marte
As descobertas têm implicações diretas no desenvolvimento de sistemas de suporte à vida mais eficazes para astronautas. As empresas farmacêuticas também agora têm dados valiosos para conduzir experimentos de biociências em microgravidade.
“Garantir que esses microrganismos possam suportar altas acelerações e quase ausência de peso é fundamental para apoiar a saúde dos astronautas e desenvolver sistemas sustentáveis de suporte à vida”, disse Gail Iles, especialista em ciências espaciais do RMIT.

O conhecimento sobre a sobrevivência microbiana pode impulsionar inovações biotecnológicas na Terra, incluindo o desenvolvimento de novos tratamentos antibacterianos e o combate a bactérias resistentes a antibióticos. O sucesso do Bacillus subtilis em condições espaciais abre caminho para futuras pesquisas com organismos mais complexos e nos aproxima da possibilidade de uma presença humana saudável e duradoura em Marte.
A equipe de pesquisadores busca agora mais financiamento para expandir experimentos em microgravidade e aprofundar nosso entendimento sobre a vida em ambientes extremos, tanto no espaço quanto na Terra. O que você acha dessas descobertas? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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