O ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, concedeu um habeas corpus permitindo que Milton Cavalo, presidente do Sindinapi, permaneça em silêncio durante seu depoimento na CPMI, realizado nesta quinta-feira, 9. A decisão gerou críticas e preocupações sobre uma possível “blindagem” a ele, conforme destacou o presidente da CPMI, senador Carlos Viana, do Podemos-MG.
Viana declarou que a situação é estranha e que as decisões do STF parecem amarrar as investigações. Com o habeas corpus, Cavalo não só pode se abster de falar, mas também não é obrigado a fazer o juramento de dizer a verdade.
A nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada na mesma quinta-feira pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, incluiu mandados de busca e apreensão na residência de Cavalo, que também tinha depoimento agendado no Congresso Nacional.
Os policiais realizaram operações na sede do Sindinapi e no Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, onde Cavalo é diretor. O foco principal foi a Cooperativa de Crédito dos Aposentados e Pensionistas (Coopernapi), que reside dentro do prédio do Sindinapi.
Entre janeiro de 2019 e junho de 2025, o Sindinapi movimentou R$ 1,2 bilhão na Coopernapi. Esses dados surgiram em relatórios de inteligência financeira recebidos pela CPMI, indicando que a cooperativa atuava como uma espécie de banco para o sindicato.
A operação da PF envolve 66 mandados em sete estados e no Distrito Federal, todos autorizados pelo STF. A investigação é focada na organização criminosa responsável por descontos irregulares na previdência.
Pagamentos suspeitos do Sindnapi
Informações reveladas anteriormente indicam que o Sindnapi pagou ao menos R$ 8,2 milhões a empresas de familiares de seus dirigentes, entre 2019 e 2025. Os repasses foram realizados a empresas ligadas a Milton Cavalo e seu antecessor, João Batista Inocentini, que faleceu em agosto de 2023.
Durante a gestão, o patrimônio dos dirigentes cresceu significativamente. A família de Inocentini construiu uma mansão de 519 metros quadrados em Jarinu, enquanto Cavalo levantou uma casa de 360 metros quadrados em Atibaia.
O desenrolar desse caso nos leva a questionar o que realmente está acontecendo por trás das cortinas. O que você pensa sobre essa situação? Deixe sua opinião nos comentários.
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