“Rua do Pixo” tem fachada pintada de “cinza PM” no centro de SP

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A fachada de um condomínio na Rua Dom José de Barros, conhecida como “Rua do Pixo” em São Paulo, agora é pintada de uma cor que gerou polêmica: o famoso “cinza PM”, similar ao usado pela Polícia Militar. A mudança, que ocorreu nos últimos dias, provocou insatisfação entre pichadores da região, que há quase duas décadas utilizam o espaço para expressões artísticas urbanas.

Essa área, situada entre a Avenida São João e a Rua 24 de Maio, é marcada por graffiti e várias inscrições. A nova pintura rapidamente ganhou destaque nas redes sociais, com um dos pichadores comentando: “A Rua do Pixo virou Rua das Trevas”, em um vídeo postado no Instagram.

Artistas como Negro M.I.A (Massive Illegal Arts) também se manifestaram. “A Rua do Pixo está de luto! Apagaram tudo. O que você acha disso?”, questionou. Nos comentários, muitos expressaram sua desaprovação, com um usuário afirmando que “estabeleceram como missão acabar com a história toda dessa rua”. Outro comentou que o espaço deveria ter sido protegido pelo patrimônio.

Além da nova pintura, a rua também passa por reformas da Prefeitura de São Paulo, que visa mudar o calçamento do local. A administração do condomínio, procurada pela Metrópoles, ainda não se manifestou.

Moradores da região relataram que havia um acordo anteriormente com grafiteiros para que o espaço pudesse ser utilizado para arte urbana, que acabou se estendendo além do que era previsto. Insatisfeitos, os proprietários decidiram optaram pela pintura do prédio.

Opiniões sobre a mudança

As opiniões sobre a nova pintura da fachada se dividem entre os moradores e frequentadores da Rua Dom José de Barros. Eduardo Pinto Ferreira, de 59 anos, especialista em manutenção de instrumentos, acha que a originalidade do imóvel deve ser mantida. “Entre manter a pichaçã ou pintar de cinza, prefiro a pintura. A pichaçã é uma guerra de gangues”, diz.

Por outro lado, Lucas Rogério, de 33 anos, se posiciona a favor da arte urbana. “A pichaçã é parte do nosso dia a dia no centro de São Paulo. Isso importa para nós que respiramos arte aqui”, argumenta.

Ana Claudia Dias, arquiteta de 32 anos, prefere o graffiti. Ela acredita que o cinza não combina com o vibrante centro da cidade. “Pintar uma fachada ativa de um lugar tão central é contra a cultura urbana que o graffiti representa”, afirma.

Nausimar da Silva Borges, aposentada de 66 anos, defende que a cidade precisa de mais colorido. “São Paulo já é uma cidade apagada. O cinza entristece. Poderia haver mais graffiti, que é bonito e colorido”, opina, concordando que a pichaçã não é desejável.

E você, o que pensa sobre a nova fachada da Rua do Pixo? Comente sua opinião e participe dessa conversa!

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