Vídeo: filho mantinha mãe idosa em condições insalubres há 15 anos

Na última quinta-feira (9/10), agentes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) resgataram uma idosa de 72 anos em Samambaia. Ela vivia com o filho, Demetrius Emerson de Farias, de 49 anos, em condições extremamente insalubres. A ação foi desencadeada após uma denúncia que apontava para a situação precária da idosa.

Ao chegar ao local, os policiais encontraram Demetrius com comportamento agressivo e que se recusou a atender a equipe. Foi necessário chamar reforço para acessar a residência. Dentro, o ambiente estava em estado deplorável, com acúmulo de lixo e sem limpeza há mais de 15 anos, em parte devido a um transtorno obsessivo compulsivo (TOC) que Demetrius alegou ter.

A idosa contou que além das agressões verbais, não tinha acesso ao dinheiro da própria pensão, sendo o filho o responsável por todas as despesas. Sua alimentação se limitava a panetones e água da torneira. Durante o resgate, ela se queixou de fortes dores de cabeça e tontura, sendo encaminhada ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) para avaliação médica.

Xingamentos e maus-tratos

Uma testemunha, amiga da idosa, relatou conhecer a situação há cerca de nove anos. Segundo ela, Demetrius frequentemente xingava a mãe, chegando a usar expressões agressivas. Além disso, a idosa era deixada sozinha por longos períodos. Em 2024, o filho usou o dinheiro dela para viajar ao Rio de Janeiro e deixou a mãe sozinha por quatro dias.

A mesma testemunha lembrou de um episódio em que viu hematomas no braço da idosa após uma briga com Demetrius, embora ela não tivesse confirmado serem consequência das agressões. Outro amigo da idosa comentou que, ao visitar a casa, retirou seis sacos de lixo e, ao ser descoberto, Demetrius chegou a ameaçar a mãe.

Demetrius se defende

Durante seu depoimento, Demetrius alegou que administrava a pensão da mãe, que recebia cerca de R$ 5 mil, para evitar que ela se endividasse. Ele ainda declarou que metade do valor era destinado ao plano de saúde da idosa e que, após pagar as contas, ficava apenas com R$ 500.

Demetrius se classificou como uma pessoa em dificuldades, mas reconheceu que sua postura em relação à mãe estava errada. Ele atribuiu a desordem na casa ao seu TOC, afirmando que isso o impedia de lidar com a situação adequadamente.