Câmeras em totens urbanos geram alerta sobre privacidade

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Nos últimos tempos, torres com câmeras e luzes de LED têm surgido nas ruas de grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Essas estruturas, colocadas em frente a prédios residenciais, prometem aumentar a segurança dos moradores. No entanto, especialistas alertam que essa expansão acontece sem regulamentação específica, representando riscos à privacidade.

Essas torres, conhecidas como totens de vigilância, são fornecidas por empresas privadas e monitoram o movimento ao redor dos condomínios. As imagens captadas ficam disponíveis em aplicativos e, em alguns casos, há botões de pânico que acionam a central de monitoramento. Apesar de sua popularização, a eficácia desses equipamentos na redução da criminalidade não está comprovada, sendo mais comum que gerem uma falsa sensação de segurança.

câmeras de vigilância rua
Imagens de vias públicas nas mãos de empresas privadas e condomínios podem gerar uso indevido (Imagem: gorodenkoff / iStock)

Falta de Regras e Padronização

Segundo o g1, tanto São Paulo quanto o Rio de Janeiro não possuem normas específicas para a instalação dessas torres. Em São Paulo, a prefeitura permite o uso em áreas privadas, como recuos de prédios, sem necessidade de autorização. No Rio, as empresas escolhem os locais, mas o município definiu que os equipamentos em espaços públicos devem ser removidos até o fim de 2025.

Thallita Lima, coordenadora do projeto O Panóptico, destaca que não há uma “padronização técnica” e alerta sobre o impacto desses dispositivos na cidade. “Há totens posicionados em toda calçada, ampliando a vigilância para além dos limites dos condomínios”, disse.

Conexão com Programas Públicos

Em São Paulo, algumas empresas conectam suas câmeras a sistemas municipais e estaduais, como o Smart Sampa e o Muralha Paulista, que monitoram veículos e pessoas em busca. Atualmente, cerca de 40 mil câmeras estão integradas à rede pública, incluindo aquelas de condomínios e empresas parceiras.

smart sampa
Algumas empresas de segurança integram suas câmeras a sistemas como o Smart Sampa, da Prefeitura de São Paulo (Imagem: Prefeitura de SP / Divulgação)

Apesar disso, os especialistas alertam para o risco de uso indevido das imagens. Thallita Lima enfatiza a necessidade de um protocolo de segurança robusto para evitar vazamentos ou usos indevidos das gravações. “Essas imagens podem circular em grupos de mensagens, gerando situações de exposição e até tentativas de justificação pessoal”, afirma.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) informou que o tema estará entre suas prioridades para a agenda 2025-2026, especialmente no que diz respeito ao uso de biometria e vigilância por câmeras.

logo da ANPD
A ANPD diz que vai priorizar o tema no futuro próximo (Imagem: ANPD/Reprodução)

A discussão sobre o uso dessas câmeras e sua regulamentação está apenas começando. Como você se sente em relação a essa vigilância aumentada? Deixe sua opinião nos comentários e vamos continuar essa conversa.

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