O governo de Luiz Inácio Lula da Silva optou por um silêncio oficial sobre a concessão do Prêmio Nobel da Paz à líder da oposição venezuelana, María Corina Machado. Ela está na clandestinidade e enfrenta ameaças do regime de Nicolás Maduro, um antigo aliado político do presidente brasileiro. Embora Lula tenha participado de eventos públicos, o tema Nobel não foi abordado, e tanto a Presidência quanto o Itamaraty não se manifestaram sobre um pronunciamento oficial.
Nos anos anteriores, o governo brasileiro se pronunciou publicamente sobre outros premiados, como Juan Manuel Santos e o ICAN. No entanto, não há uma postura uniforme em relação a esses eventos. O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, criticou a premiação, alegando que ela possui um viés político e questionou suas possíveis consequências. Amorim destacou que o importante para o Brasil é o impacto que a premiação pode ter na pacificação da Venezuela, e expressou receio de que isso possa instigar uma intervenção militar no país vizinho.
Nos bastidores, membros do governo, incluindo diplomatas, demonstraram cautela em relação a uma possível manifestação oficial. Um diplomata mencionou que um apoio explícito a Machado poderia provocar a ira de Maduro, resultando em tensões diplomáticas. Outro diplomata lembrou que ela é favorável a ações norte-americanas na região, o que pode afetar a estabilidade no Caribe.
No âmbito político interno, a reação foi polarizada. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, celebrou a premiação nas redes sociais, afirmando que ela “deslegitima o regime ditatorial de Maduro” e serve como um recado a quem ainda apoia esse governo.
O que você pensa sobre a decisão do governo em não comentar a premiação? O impacto dessa escolha deve ser avaliado? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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