Filhos e filhas da COP30 (por Gustavo Krause)

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A questão ambiental ganhou destaque global em 1972, durante a Conferência sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. Um relatório encomendado pelo Clube de Roma, liderado por Dennis Meadows, alertou sobre os limites do crescimento, apontando que o modelo de sociedade industrial poderia esgotar os recursos naturais. Essa visão antecipou a necessidade de considerar a finitude da natureza.

A mobilização promovida pela ONU, com 113 países e várias organizações não governamentais, resultou em uma declaração final com oito metas e 26 princípios ainda extremamente relevantes. Em 1972, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

O alerta sobre o crescimento econômico como um obstáculo à preservação ambiental despertou reações entre países em desenvolvimento e levou à criação do conceito de desenvolvimento sustentável. Este foi definido pelo Relatório Bruntland, que enfatiza atender às necessidades do presente sem comprometer as futuras gerações.

A sustentabilidade transcende ser apenas um tipo de desenvolvimento; é um projeto de sociedade. Trata-se de um divisor de águas que busca transformar uma ordem em crise, promovendo um novo paradigma. Mais do que um resultado, é um processo contínuo.

Além de ser fundadora, a sustentabilidade integra várias dimensões. Ela se afasta da mera ideologia do crescimento e busca celebrar a harmonia entre o homem e a natureza, substituindo a visão de domínio pela de coabitação.

Passados mais de 50 anos da Conferência de Estocolmo, como podemos avaliar a situação ambiental? A urgência e os recursos financeiros ainda não são suficientes para promover as mudanças necessárias. Além disso, os acordos internacionais frequentemente desrespeitam o princípio da “responsabilidade comum, mas diferenciada”.

Apesar dos desafios, avanços significativos foram observados. O vigor político da sociedade civil tem crescido, e há um aumento na percepção de que cuidar do meio ambiente é uma vantagem competitiva. A conscientização ambiental entre os jovens também tem se destacado.

A Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, trouxe 114 chefes de Estado, 140 mil ativistas e 3.200 ONGs, resultando em legados como a Agenda 21 e várias convenções sobre questões ambientais. Desde 1995, a Conferência das Partes (COP) tem sido fundamental para implementar compromissos globais contra a mudança climática.

Entre os progresso e os retrocessos, a COP3 em Kyoto se destacou por estabelecer metas obrigatórias de redução de emissões. Apesar da retirada dos EUA, a COP21 em 2015 resultou no Acordo de Paris, com 194 países e a União Europeia como signatários, criando um compromisso coletivo em relação às metas climáticas.

Agora, a COP30 se aproxima do Brasil, no coração da Amazônia. Este evento simboliza a crescente consciência ambiental ao longo de 30 anos, com gerações mais jovens se posicionando ativamente pelo futuro do planeta. Desde pequenas, essas crianças entendem a importância de viver em harmonia com a natureza.

O ativismo jovem, como o da sueca Greta Thunberg, tem conquistado espaço e influência, tornando-se uma referência global. No Brasil, a pesquisa Juventudes, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (JUMA, 2022/2023) revelou que os jovens veem a crise climática como uma questão de todos, enfatizando a educação ambiental e ações cotidianas para a preservação do meio ambiente.

Com apenas dez anos, Júlia Duarte, criadora do Projeto Pequenos Protetores do Planeta, traz uma mensagem clara: “Nós, crianças, somos a ‘geração restauração’ e a última esperança.”

E você, o que acha sobre o papel das novas gerações na busca por um mundo mais sustentável? Deixe sua opinião nos comentários!

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