“Perdi meus sonhos”, diz mulher que ficou paraplégica após tratamento para endometriose

Bruna Conceição dos Santos, de 25 anos, se tornou paraplégica após um tratamento com fenol para endometriose. Um mês após seu casamento, ela decidiu buscar alívio para as dores no Distrito Federal, mas ao invés de melhora, perdeu os movimentos das pernas e com isso, seus sonhos.

“Perdi o sonho de ter um progresso maior na minha vida profissional e talvez de ser mãe. Não sei se poderei ter filhos”, desabafou Bruna, que agora enfrenta uma nova realidade.

Veja:

mulher perde movimento pernas 3

Bruna, que sempre foi ativa e praticava esportes, agora recorre à música como uma forma de enfrentar a dor. Ela voltou a cantar na igreja, encontrando forças nas melodias em meio a um cenário de perdas e desafios.

A situação se agravou após uma série de procedimentos que deveria aliviar suas dores. Infelizmente, os tratamentos não tiveram o efeito esperado e culminaram na aplicação do fenol, que destruiu os nervos responsáveis pela dor, mas também pelos movimentos das pernas.

Após a cirurgia, Bruna se viu em uma cadeira de rodas. “Sinto como se estivesse em um buraco. Minha vida mudou completamente. Não posso ir ao banheiro”, comentou sobre sua nova realidade, marcada pela dependência.

A Defensoria Pública do DF entrou com uma ação judicial contra a clínica onde Bruna foi atendida, alegando suposta imperícia médica. O caso está sendo investigado pelo Conselho Regional de Medicina da região.

Com ênfase no apoio ao bem-estar de Bruna, seu marido, Maxwell Gonçalves Dourado, passou a cuidar dela em tempo integral, provendo suas necessidades básicas.

Bruna passou por diversos tratamentos antes de optar pelo procedimento que resultou em suas lesões. A busca por um implante de um neuroestimulador, inicialmente recomendado, levou a um caminho de várias intervenções que não obtiveram sucesso.

O defensor público envolvido no caso destacou a negligência ao não informar adequadamente os riscos de usar o fenol, que pode causar danos permanentes em 3% a 5% dos casos. Essa escolha arriscada para um tratamento que já tinha alternativas menos perigosas foi criticada por especialistas.

Um mês após o incidente com Bruna, a Anvisa proibiu o uso de fenol em procedimentos médicos devido aos riscos envolvidos. A ação da Defensoria pede indenização por danos morais e custos relacionados ao tratamento da paciente.

A clínica e o médico negam as falhas no atendimento, alegando que o tratamento foi realizado em conformidade com protocolos reconhecidos. A defesa afirma que Bruna foi devidamente informada sobre os riscos.

A L’Essence reafirmou que segue rigorosos padrões de segurança e que qualquer procedimento envolve riscos, mesmo quando realizado corretamente.

Ao compartilhar sua história, Bruna deseja alertar outras pessoas sobre a importância de questionar médicos e entender os riscos dos tratamentos propostos.

Você também já passou por alguma situação semelhante ou conhece alguém que enfrentou desafios na busca por saúde? Compartilhe suas experiências nos comentários.

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