Cartinhas Pokémon: TikTok fez hobby dos anos 1990 virar febre global

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O universo Pokémon nunca deixou de encantar gerações, e isso fica claro com o Pokémon TCG, a popular linha de cartas colecionáveis. Desde seu lançamento nos anos 90, o jogo conquistou fãs ao redor do mundo, mas ganhou um novo impulso por meio das redes sociais, especialmente o TikTok.

Esse fenômeno é impulsionado, em grande parte, por criadores de conteúdo no TikTok. A plataforma se tornou um ponto de encontro para colecionadores, com mais de meio bilhão de publicações e milhares de horas de conteúdo diário dedicado ao tema desde a pandemia.

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Nos vídeos, influenciadores abrem pacotes contendo entre cinco e dez cartas, enquanto a audiência torce para encontrar uma carta valiosa. Esses pacotes podem custar de R$ 5 a R$ 10, enquanto cartas raras podem valer milhares. Essa imprevisibilidade atrai muitos usuários, criando um apelo similar a outros fenômenos colecionáveis.

Kelvin Penning, conhecido como MisterBoosterBR, é um dos influenciadores que mais se destacou nessa nova onda, com mais de 530 mil seguidores. Para ele, a fórmula do sucesso no TikTok envolve o elemento surpresa e a curiosidade em torno dos altos valores das cartas.

“O gancho do vídeo é o que faz as pessoas prestarem atenção. A surpresa da quantidade que vou gastar nas cartinhas faz com que elas fiquem até o final”, reflete Kelvin.

Ele também observa que muitos de seus seguidores são novos no mundo Pokémon, despertando um interesse que antes não existia.

Cartas valiosas

A valorização das cartas se dá principalmente por causa da interação entre os fãs e colecionadores. Várias cartas, como a edição de 1ª geração do Charizard, lançada em 1999, já foram vendidas por até R$ 2 milhões, enquanto outras, como o Mewtwo Ex, têm valores consideráveis, mas bem abaixo desse ícone.

Kelvin já se deparou com uma carta raríssima, o Victini Vermelho, avaliada em mais de R$ 2,2 mil. No entanto, ele costuma vender a maioria das cartas, mantendo apenas algumas que realmente gosta. Segundo ele, a coleção pessoal conta com cerca de 400 cartas, mas ainda tem muitas com valores baixos guardadas.

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Renan Diniz, conhecido como VoltareL, aborda o colecionismo de maneira diferente. Para ele, a raridade não é o mais importante. Ele busca cartas de Pokémons que gosta e enfatiza a arte. Sua coleção já ultrapassa 400 itens e ele acredita que a monetização dos conteúdos está ajudando muitos colecionadores a se sustentarem financeiramente.

No entanto, a maioria dos influenciadores concorda que o amor pelo hobby deve ser o principal motivador, e não apenas o desejo de lucro. Cast TCG, com quase 10 mil seguidores, observa que a monetização é uma ajuda, mas não cobre nem 20% de seus gastos mensais. Para ele, a paixão deve vir em primeiro lugar.

“Acredito que o amor pelo Pokémon é o verdadeiro incentivo para quem quer começar a colecionar”, afirma Cast.

MisterBoosterBR e VoltareL são exemplos de pessoas que, após um retorno ao mundo Pokémon, conseguiram converter seu hobby em uma carreira, mas reforçam que as pessoas não devem entrar nesse universo apenas pensando em lucro.

Muito além da nostalgia

Hoje, muitos dos colecionadores são adultos que, na infância, perderam suas coleções. Com o poder aquisitivo maior, estão agora construindo o acervo que sempre sonharam. Um estudo mostrou que 43% dos adultos já compraram itens colecionáveis, movimentando um mercado de mais de R$ 70 bilhões em 2023, apontando para um investimento em saúde mental e nostalgia.

Ambos os influenciadores destacam a recepção positiva dos novos fãs que conhecem o mundo Pokémon através de suas produções. “Muitas pessoas estão redescobrindo sua paixão de infância”, conclui Kelvin.

E você, já pensou em começar sua própria coleção de cartas Pokémon? Compartilhe suas experiências e opiniões nos comentários!

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