Entre 2011 e 2025, pelo menos 10 clínicas terapêuticas na cidade e no Entorno foram interditadas, segundo um relatório do grupo Psicologia e Ladinidades, do Projeto de Extensão Saúde Mental e Militância da Universidade de Brasília (UnB).
O estudo revela que, durante esse período, 27 unidades estavam em operação. Em 11 delas, práticas de maus-tratos e tortura foram documentadas, além de casos de privação de liberdade registrados em 14 dessas clínicas.
Outros resultados do estudo incluem:
- Ameaças, punições e castigos em 12 clínicas;
- Trabalho forçado e não remunerado em 8 unidades, com violações trabalhistas em 5;
- Indícios de trabalho análogo à escravidão em 3 clínicas.
Além disso, o relatório registra mortes em 14 das unidades analisadas, sendo que cinco delas ocorreram na Comunidade Terapêutica Liberte-se, em Paranoá, em setembro deste ano.
O documento adverte que a existência dessas clínicas acaba por “naturalizar a violência manicomial”. A mensagem é clara: aceitar essa lógica é perigoso, pois reforça a ideia de que “os fins justificam os meios”.
“Chancelar essa lógica é relativizar, aceitar e naturalizar a máxima de que os fins justificam os meios, numa perspectiva muito perigosa”, destaca o documento.
O estudo foi apresentado na Câmara Legislativa do DF (CLDF) na última sexta-feira. A audiência foi organizada pelos deputados distritais Fábio Félix (Psol) e Gabriel Magno (PT), além da deputada federal Erika Kokay (PT).
O que você acha sobre a situação das clínicas terapêuticas na região? Deixe sua opinião nos comentários e vamos abrir um diálogo sobre esse tema tão importante!
Facebook Comments