Queijinho e Farofa: Zoo salva 217 bichos vítimas de acidente e tráfico

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O tamanduá-bandeira Queijinho enfrentou uma trajetória impressionante de recuperação. Após ser resgatado em Unaí (MG), ele lidou com queimaduras, atropelamento e ataques de cães, apresentando paralisia total, hemorragia ocular, desidratação e infecção por carrapatos.

Em outubro de 2024, Queijinho começou a ser tratado no Hospital Veterinário (Hvet) do Zoológico de Brasília. Com técnica e carinho, a equipe veterinária fez o possível para salvar o papa-formigas.

Ao longo de 2025, o Zoo de Brasília atendeu mais de 200 animais. O Hvet cuida não apenas dos animais do próprio plantel, mas também recebe espécimes de vida livre encaminhados por diversos órgãos, incluindo Ibama e Polícia Militar Ambiental. Os pacientes geralmente são vítimas de atropelamentos, queimadas, tráfico e outras ocorrências.

Veja:

Exames confirmaram que Queijinho tinha um trauma craniano. Após meses de fisioterapia e cuidados, o animal recuperou os movimentos e se tornou um símbolo de superação. Hoje, ele continua recebendo tratamento e fazendo exercícios, enquanto aguarda autorização para ser liberado em uma área de soltura controlada.


217 vidas salvas

De janeiro a setembro de 2025, o Hvet realizou 217 atendimentos a animais de vida livre. Esse total inclui tanto animais silvestres resgatados diretamente da natureza quanto aqueles encaminhados por outras instituições. No momento, o hospital abriga 96 animais em tratamento.

Atendimentos de animais de vida livre em 2025:

  • Janeiro: 15
  • Fevereiro: 99
  • Março: 10
  • Abril: 9
  • Junho: 1
  • Julho: 6
  • Agosto: 10
  • Setembro: 59
  • Total: 217 atendimentos até setembro.

Capivaras e tamanduás-bandeira estão entre os mamíferos mais atendidos, frequentemente vítimas de atropelamentos e queimadas. Entre as aves, a arara-canindé é a mais resgatada, geralmente vinda de traficantes. Já entre os répteis, o gecko aparece com maior frequência, também oriundo de apreensões.


Onça e cachorro-do-mato

Outra história marcante é a de Farofa, uma onça-parda. Ela foi encontrada sozinha e desidratada em outubro de 2024 pela Polícia Ambiental em Unaí (MG). Farofa recebeu cuidados especiais para preservar seus instintos naturais, visando uma futura soltura.

No início de setembro, já mais forte, ela seguiu para a próxima etapa de readaptação no Ibama e, em breve, poderá ser reintegrada à natureza.

Lili, uma filhote de cachorro-do-mato, chegou debilitada e desidratada em setembro de 2024, após ser atropelada. Após ganhar peso e demonstrar que não perdeu seu lado selvagem, Lili retornou ao habitat natural em fevereiro deste ano.

“Cada animal que chega ao nosso hospital carrega uma história difícil. Vê-los se recuperar é a maior recompensa que poderíamos ter. Casos como o do Queijinho, da Farofa e da Lili mostram como o cuidado técnico e a sensibilidade da equipe podem transformar o destino desses animais,” disse Wallison Couto, diretor-presidente do Zoológico de Brasília.

As decisões sobre soltura ou continuidade sob cuidados humanos são tomadas pelo Ibama, enquanto o Zoo de Brasília é responsável pela recuperação dos animais. Tânia Junqueira, coordenadora do Hospital Veterinário, afirmou: “Sentimos saudades quando um animal volta à natureza, mas é assim que deve ser. Desejamos que todos voltem para casa e sejam felizes.”


Suporte completo

O Zoo informa que os atendimentos são realizados por uma equipe técnica especializada. Eles oferecem suporte total com exames laboratoriais, cirurgias e outros procedimentos. O hospital ainda conta com profissionais parceiros para exames como odontologia e oftalmologia, além de fisioterapia e reabilitação para animais com potencial de retorno à natureza.

Quando a soltura não é possível, o destino do animal é definido pelo Ibama. Ele pode permanecer no zoológico ou ser transferido para outra instituição. A estrutura do Hvet é completa, incluindo ultrassom, sala de cirurgia e oxigenoterapia.

Essas histórias inspiradoras demonstram o trabalho incansável da equipe do zoológico. O que você acha sobre esses resgates? Deixe sua opinião nos comentários.

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