Na madrugada da última terça-feira, um apagão deixou 26 estados brasileiros e o Distrito Federal sem energia. O incidente, causado por um incêndio em uma subestação no Paraná, levantou questões sobre a segurança e a resiliência do sistema elétrico nacional.

Apesar de o Brasil ter um sistema elétrico robusto, especialistas apontam que ele não está imune a falhas. Em entrevista, Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit, afirmou que o país possui um nível razoável de segurança, mas reconhece que há espaço para importantes melhorias. Ele sugeriu que a troca de energia entre regiões e o uso de tecnologias, como a inteligência artificial, poderiam aumentar a segurança do sistema e reduzir os impactos de futuros apagões.

O professor Luciano Lozecan, da Universidade Federal Fluminense, complementou a discussão, destacando que, embora o sistema seja geralmente confiável, ele não é à prova de falhas. Apagões ocorrem a cada dois ou três anos e muitas vezes seus efeitos são mais severos. Lozecan enfatizou a necessidade de investimentos em energias renováveis, diminuindo a dependência da matriz hidrelétrica, que ainda predomina no Brasil. Embora as fontes solar e eólica estejam em ascensão, a hidrelétrica continua sendo a principal responsável pela geração de energia.

Em resposta ao apagão, o Ministério de Minas e Energia e o Operador Nacional do Sistema confirmaram que o problema foi resultado do incêndio em Paraná. O serviço foi restabelecido em todas as áreas afetadas, e o ministério informou que está acompanhando a investigação do incidente, fornecendo atualizações à medida que os trabalhos avançam.