Inocentado após 15 anos preso, Mairlon denunciou tortura psicológica

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A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a condenação de Francisco Mairlon Barros Aguiar, que estava preso há quase 15 anos. A ONG Innocence Project trouxe à tona novas evidências, levando à vitória no tribunal e à liberdade imediata de Mairlon, que inicialmente foi condenado a 47 anos e 10 dias de prisão pelo assassinato de um casal e da funcionária da família em 2009.

Mairlon falou pela primeira vez sobre sua experiência em 2018, enquanto cumpria pena na Penitenciária do Distrito Federal. Em sua declaração, ele negou a participação no crime, sugerindo que a confissão que fez em 2010 foi resultado de pressão e tortura psicológica. Nas palavras dele: “Confessei no momento de desespero. Tinha medo de algo acontecer com minha família. Um agente disse que eu precisava mencionar algo que interessasse a eles e que só voltaria a ver meus pais se falasse o que queriam ouvir”.

“Confessei no momento de desespero. Tinha medo de acontecer algo com minha família”, afirmou Mairlon ao Metrópoles.

A defesa de Mairlon argumentou que ele foi injustamente acusado e condenado principalmente com base em confissões obtidas sob pressão. A advogada Dora Cavalcanti ressaltou que toda a condenação se baseou em depoimentos extrajudiciais, sem a necessária verificação de provas durante o julgamento.

Os ministros do STJ foram contundentes ao questionar a validade do processo. O ministro Sebastião Reis Júnior afirmou que é inaceitável que um acusado seja condenado apenas com base em investigações extrajudiciais, sem um contraditório adequado. Ele e outros ministros pediram mudanças nas técnicas de coleta de depoimentos para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.

Paulo Santana, um dos condenados e colaborador no caso, recentemente declarou que Mairlon é inocente. Ele afirmou que o ex-detento “paga por um crime que não cometeu” e que a culpa pelos assassinatos não recai sobre ele.

Em um desdobramento recente, o STJ também anulou a condenação de Adriana Villela, acusada de ser a mandante dos homicídios. A defesa dela apontou que não teve acesso a provas cruciais que poderiam ter afetado o resultado do julgamento.

O caso de Francisco Mairlon ilustra a importância de revisitar condenações e garantir um processo justo. Agora, é uma oportunidade para refletir sobre o sistema de justiça e a proteção dos direitos individuais. Você acredita que estamos próximos de uma mudança real nas práticas judiciais? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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