A Universidade Federal da Bahia (UFBA) está buscando a reintegração de posse de um terreno próximo ao Santuário de São Lázaro, onde ocorre a tradicional festa do “Samba de São Lázaro”. O processo na Justiça Federal teve início em maio de 2023 e recentemente determinou que os moradores devem desocupar a área até outubro deste ano.
O evento é um marco cultural para a região, e segundo Thiago da Silva, criador do Samba de São Lázaro, a decisão impacta não apenas a festa, mas a vida dos residentes. Ele relatou que, na segunda-feira (13), policiais federais entregaram um documento de despejo, surpreendendo os moradores.
Os agentes informaram que as pessoas teriam 30 dias para deixar o local, justificando uma possível invasão ao campus desde 2023. Thiago afirmou que muitos moradores estão na área há mais de 70 anos, desde antes da UFBA ser fundada. A chegada do documento foi abrupta e sem possibilidade de diálogo prévio.
A medida pode afetar cerca de 52 pessoas, resultando na demolição de seis barracas e dez casas. Thiago ainda defendeu os moradores, dizendo que não há criminosos na região, mas sim trabalhadores que se esforçam para viver dignamente. Ele ressaltou que o evento é pacífico e promove atividades educativas para crianças.
O empresário fez um apelo sobre a urgência da situação. As autoridades deram um curto prazo para deixar o local, sem oferecer alternativas ou abrigo para os que precisam se deslocar.
PROCESSO E ÁREA: A UFBA reivindica a área que vai do lado direito da rua Professor Aristides Novis, em frente à Faculdade de Filosofia, até a rua Alto de São Lázaro, ao lado do Santuário.
A região, além de ser importante para os moradores, enfrenta desafios de segurança. A Justiça Federal já havia determinado um despejo em maio de 2023, mas encontrou dificuldades para notificar os ocupantes devido à presença de facções rivais nas proximidades.
O juiz solicitou apoio policial para garantir a segurança na execução da ordem. Relatos no processo indicam conflitos entre grupos rivais pela posse da área, e funcionários da UFBA foram orientados a não interagir com os moradores.
Além da situação de vulnerabilidade dos moradores, o processo aponta um aumento contínuo nas ocupações irregulares no território, com a identificação de novas residências e atividades comerciais durante uma diligência em fevereiro de 2024.
Como você vê essa situação? A posição da UFBA é justificável ou os moradores merecem uma solução mais humana? Compartilhe suas opiniões nos comentários.
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