Turquia classifica cristãos como “ameaça à segurança nacional” e deve deportá-los, alerta grupo de direitos humanos

A Turquia vem enfrentando críticas após deportar centenas de cristãos estrangeiros, acusando-os de serem ameaças à segurança nacional, segundo um grupo de direitos humanos. As informações foram compartilhadas por Lidia Rieder, representante da Aliança em Defesa da Liberdade, em uma reunião em Varsóvia.

De acordo com a Aliança, desde 2020, aproximadamente 200 trabalhadores cristãos e suas famílias, totalizando cerca de 350 pessoas, foram barrados de entrar no país. Essa medida se dá pelos códigos de segurança interna N-82 e G-87, utilizados pelo governo sem fornecer evidências ou acusações concretas.

Os afetados incluem cidadãos dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Coreia do Sul e América Latina. Esses indivíduos frequentemente residiam na Turquia por longos períodos, sem nenhum histórico criminal. Uma decisão recente do Tribunal Constitucional da Turquia reprovou um apelo de nove cristãos sob o código N-82, tornando-os alvos de ataques midiáticos e ameaças online.

Somente entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, 35 novos códigos foram atribuídos, impactando até pessoas que viveram no país por décadas. Essas interdições administrativos têm afetado a vida religiosa na Turquia, onde muitas congregações dependem de pastores estrangeiros.

Um caso emblemático é o de um cidadão americano, residente na Turquia há mais de 30 anos, que foi proibido de voltar sem explicação. A Aliança está apoiando diversas ações judiciais em tribunais turcos e europeus relacionadas a esse contexto.

Apesar das garantias na Constituição Turca sobre a liberdade religiosa, os cristãos e as igrejas locais enfrentam restrições crescentes. O histórico Seminário Halki permanece fechado, e o ensino bíblico é proibido, enquanto o treinamento teológico islâmico avança sob supervisão estatal.

Um relatório da Associação de Igrejas Protestantes revelou um aumento significativo de discursos de ódio e violência contra cristãos na Turquia. Casos recentes incluem um ataque armando a um prédio da Igreja da Salvação e demissões injustificadas de membros da comunidade, como uma professora de inglês em Malatya, que perdeu seu emprego por conta de suas associações sociais.

Além disso, houve disparos em uma igreja em Eski?ehir e atos de vandalismo em várias localidades ao longo de 2024, refletindo um clima hostil para os cristãos na região. Medidas como a negação de permissões para distribuição de folhetos e o uso de mídias sociais para ameaçar líderes religiosos se tornaram comuns.

A situação levanta preocupações sobre o futuro da liberdade religiosa e a segurança dos cristãos na Turquia. É um momento delicado que merece nossa atenção e reflexão. O que você pensa sobre essa situação? Sinta-se à vontade para compartilhar suas opiniões e interagir nos comentários.

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