Astrônomos encontram um “monstro fora do lugar” devorando uma estrela 

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Uma equipe internacional de astrônomos fez uma descoberta que está desafiando a forma como entendemos os buracos negros supermassivos. Pela primeira vez, observaram um evento de ruptura de maré, ou TDE, que destrói uma estrela. O fascinante é que isso ocorreu nas regiões periféricas de uma galáxia, e não em seu centro, como se acreditava até agora.

O evento, batizado de AT 2024tvd, é notável não só pela sua localização, mas também pelos sinais de rádio extremamente fortes e pelo rápido desenvolvimento, que indicam mecanismos ainda desconhecidos. A pesquisa, publicada no The Astrophysical Journal, foi liderada pelo Dr. Itai Sfaradi e pela Profa. Raffaella Margutti, da Universidade da Califórnia, Berkeley, e contou com a participação de cientistas de várias partes do mundo, incluindo o Prof. Assaf Horesh, da Universidade Hebraica de Jerusalém.

O Prof. Horesh comentou que, por muito tempo, os astrônomos buscaram TDEs apenas nos centros galácticos. Encontrar um evento tão longe do núcleo é uma surpresa que altera a compreensão sobre onde esses buracos negros “monstros” podem se esconder.

buraco negro
Imagem: Merlin74/ Shutterstock

Um buraco negro longe de casa

Um TDE ocorre quando uma estrela se aproxima demais de um buraco negro, sendo desintegrada pela intensa força gravitacional. O AT 2024tvd é único porque o buraco negro responsável está a cerca de 2.600 anos-luz do centro da sua galáxia hospedeira. Este achado fornece a primeira evidência direta de que buracos negros supermassivos podem se mover ou se formar em locais inesperados no cosmos.

Dr. Itai Sfaradi destacou a importância da descoberta, afirmando que nunca antes havia sido registrada uma emissão de rádio tão intensa de um buraco negro distante do núcleo galáctico, além de observar a velocidade incomum de sua evolução. Isso muda significantemente a maneira como pensamos sobre o comportamento desses buracos negros.

Foto original do M87
Primeira foto de um buraco negro na história: o centro da galáxia Messier 87, capturado em 2019 pelo Event Horizon Telescope. (Imagem: EHT Collaboration)

Sinais de rádio reveladores e ejeções tardias

A descoberta foi viabilizada por uma campanha de observação que utilizou alguns dos radiotelescópios mais avançados do mundo, como o Very Large Array (VLA) e o ALMA. As observações de rádio foram essenciais. A equipe da Universidade Hebraica liderou análises com o Arcminute Microkelvin Imager Large Array (AMI-LA) no Reino Unido, capturando a evolução rápida dos sinais.

Os dados revelaram duas erupções distintas de rádio que evoluíram mais rapidamente do que qualquer TDE já registrado. Este fenômeno indica que o buraco negro ejetou material poderoso não imediatamente após a destruição da estrela, mas meses depois, sugerindo que esses objetos podem “despertar” de forma episódica após períodos de inatividade.

Essa descoberta sugere que os processos que regem a forma como um buraco negro consome e ejeta os restos de uma estrela são mais complexos do que se pensava anteriormente.

O que você acha dessa descoberta? Vamos discutir nos comentários!

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