PF identifica três núcleos em esquema de venda de sentenças judiciais no STJ

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A Polícia Federal (PF) descobriu a existência de três núcleos que atuaram por anos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em um esquema de venda de sentenças. As investigações revelaram que os envolvidos usavam táticas como mensagens cifradas e telefones registrados em nomes de terceiros para esconder suas atividades ilícitas.

Essas informações estão em um relatório parcial da PF, que faz parte de um inquérito sigiloso no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin. A investigação foca em uma rede de lobistas, advogados, empresários e ex-servidores de gabinetes dos ministros Og Fernandes, Isabel Gallotti e Nancy Andrighi, embora os ministros do STJ não estejam entre os alvos.

O primeiro núcleo é composto por agentes públicos ligados aos gabinetes de ministros do STJ. Entre os citados estão Daimler Alberto de Campos e Rodrigo Falcão, ex-chefes de gabinete de Gallotti e Og, que são acusados de vazar informações sensíveis e antecipar minutas.

O segundo núcleo envolve advogados e lobistas, como Andreson de Oliveira Gonçalves, considerado o pivô das investigações, responsáveis por captar clientes em busca de decisões favoráveis. O terceiro grupo inclui empresários, principalmente do agronegócio, que se beneficiam diretamente das decisões judiciais manipuladas, especialmente em processos relacionados à falência de empresas do setor.

O relatório da PF enfatiza que as evidências apontam para uma estrutura complexa. À medida que as análises avançaram, ficou claro que o cenário é muito mais amplo e sofisticado do que se imaginava inicialmente.

A PF afirmou: “O material probatório trouxe a revelação de uma rede criminosa sistêmica, composta por múltiplos operadores, camadas de atuação e fluxos financeiros sofisticados, refutando a ideia de fenômeno criminal isolado ou de uma relação pontual dos envolvidos.”

O desdobramento dessa investigação pode mudar a forma como a Justiça é vista e como os envolvidos lidam com seus atos. O que você acha sobre essa situação? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião.

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