AWS fora do ar: o que sabemos sobre a pane global da Amazon

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Uma falha global na Amazon Web Services (AWS) causou instabilidades em várias plataformas e serviços nesta segunda-feira, 20. O problema afetou grandes empresas e aplicativos populares, como Alexa, Zoom, Duolingo, Snapchat, Fortnite, Mercado Livre e Prime Video.

A situação começou a ser identificada por volta das 4h11 (horário de Brasília). Dados do site Downdetector revelaram que a pane atingiu pelo menos mil empresas e, em seu pico, mais de 6,5 milhões de usuários relataram falhas de acesso. Embora a normalização tenha iniciado nas primeiras horas da manhã, a Amazon confirmou que algumas instabilidades persistiam.

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Falha global na AWS afeta serviços em todo o mundo (Imagem: Yu Chun Christopher Wong / Shutterstock.com)

O que causou a falha na AWS?

A Amazon explicou que o problema se concentrou na região US-EAST-1, onde está um dos principais datacenters da empresa, localizado no norte da Virgínia. Esta área é fundamental para a infraestrutura que suporta operações globais da AWS.

Em comunicado, a empresa mencionou interrupções com taxas de erro significativas no DynamoDB, seu banco de dados voltado para aplicações de alta demanda, o que acabou impactando mais de 60 produtos na mesma região.

“Podemos confirmar taxas de erro significativas em solicitações feitas ao serviço DynamoDB na região US-EAST-1. Nossos engenheiros estão trabalhando para mitigar a falha e entender completamente a causa”, informou a Amazon por volta das 5h30.

Mais tarde, a empresa detalhou que os problemas de conectividade foram causados por um subsistema interno responsável por monitorar a integridade dos balanceadores de carga. Para auxiliar na recuperação, a empresa limitou novas solicitações de criação de instâncias EC2 e continuou trabalhando em medidas de mitigação.

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A AWS apresentou diversos erros em seus serviços nesta segunda-feira (Imagem: Reprodução / AWS)

Falha afeta confiabilidade da nuvem

O especialista em tecnologia Arthur Igreja comentou que a falha foi séria e prejudicou a confiabilidade da nuvem. Ele explicou que houve um problema de DNS, o que impediu que aplicativos acessassem suas bases de dados, tornando os serviços inoperantes por algumas horas.

“É uma falha técnica muito grave porque um dos requisitos da nuvem é a confiabilidade e disponibilidade. Muitas empresas ficam expostas, sem plano B, quando algo assim acontece”, destacou Arthur Igreja.

Mesmo com a recuperação dos serviços, a volta completa pode demorar horas, devido à complexidade e grande escala das aplicações envolvidas.

Serviços e aplicativos impactados pela pane da AWS

Além de interromper serviços amplamente usados como Zoom, Alexa, Duolingo, Snapchat, Prime Video, Fortnite, Roblox, Coinbase, Mercado Livre e Mercado Pago, a falha também afetou operações de companhias aéreas, bancos e plataformas de e-commerce. Estima-se que mais de mil empresas em diversos setores tenham sido atingidas.

No Brasil, fintechs e plataformas de e-commerce foram as mais afetadas, enquanto a maioria dos aplicativos impactados pertence ao mercado americano. Relatórios indicam que mais de 500 aplicativos enfrentaram interrupções temporárias, evidenciando a dependência crescente de uma infraestrutura centralizada na nuvem.

Esse incidente reacende a discussão sobre a dependência de serviços de nuvem em grandes empresas. Especialistas ressaltam que um terço da internet depende da AWS, e falhas em um único datacenter podem causar efeitos em cadeia em sistemas digitais ao redor do mundo.

A Amazon afirmou que seus engenheiros estão monitorando a rede e que a maioria dos serviços já foi restaurada. Até as 10h40, 37 dos 60 produtos afetados apareciam como “resolvidos” na página de integridade da AWS.

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A plataforma Downdetector esteve bem movimentada no Brasil e no mundo (Imagem: Reprodução)

Um lembrete sobre a fragilidade da internet

Embora a falha tenha sido controlada rapidamente, o episódio destaca a vulnerabilidade da infraestrutura da internet a interrupções em larga escala. Casos similares já ocorreram, como em 2024, quando problemas na CrowdStrike paralisaram aeroportos, bancos e hospitais em vários países.

À medida que a demanda por armazenamento e inteligência artificial cresce, a dificuldade em garantir resiliência em grandes provedores de nuvem tende a aumentar. Com a concentração de infraestrutura digital em poucas empresas, qualquer instabilidade pode rapidamente se transformar em um apagão global.

O que você acha sobre a dependência dos serviços de nuvem? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões sobre esse tema cada vez mais relevante.

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