Rodrigo Paz, economista de 58 anos e representante da centro-direita, foi eleito presidente da Bolívia com 54,5% dos votos no segundo turno das eleições, realizado no domingo (19). Em sua primeira coletiva de imprensa após a vitória, nessa segunda-feira (20), ele anunciou planos para retomar as relações diplomáticas com os Estados Unidos, rompidas em 2008 durante o governo de Evo Morales.
O presidente eleito, que tomará posse em 8 de novembro, explicou que a reaproximação com Washington faz parte de sua estratégia de reinserção internacional. “Essa relação será retomada”, afirmou Paz, ao lado de seu vice, Edmand Lara.
As relações diplomáticas entre a Bolívia e os Estados Unidos foram rompidas há 17 anos, quando Evo Morales expulsou o embaixador americano em La Paz, acusando-o de apoiar tentativas de desestabilização. As agências americanas DEA e USAID também foram retiradas do país, levando Washington a responder expulsando o embaixador boliviano.
O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, comemorou a eleição de Paz. Ele declarou que, depois de duas décadas de uma administração problemática, a escolha representa uma nova oportunidade para ambos os países.
Além dos desafios diplomáticos, o novo governo enfrentará uma grave crise econômica. A Bolívia está passando pela pior crise financeira em quatro décadas, com escassez de dólares e combustíveis. A inflação anual chegou a 23% em setembro. Paz já iniciou diálogos com os Estados Unidos e com países vizinhos, como Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina, para garantir o abastecimento de gasolina e diesel após sua posse.
Evo Morales, impedido de participar da eleição por decisão judicial, reconheceu a vitória de Paz e destacou que parte do eleitorado “evista” o apoiou. Em mensagem nas redes sociais, ele comentou que o resultado reflete “o voto dos indignados” e expressou esperança de que o novo governo mantenha “as conquistas sociais e o Estado Plurinacional”.
Esses novos tempos na política boliviana prometem surpresas e mudanças significativas na dinâmica regional. O que você acha das decisões do novo presidente? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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