Recentes estudos estão trazendo esperança para os pacientes com câncer de mama. Novos medicamentos se mostram mais eficazes e menos tóxicos do que os tratamentos tradicionais, o que pode transformar o tratamento dessa doença tão comum.

O câncer de mama é um dos principais responsáveis por mortes entre mulheres, tanto no Brasil quanto no mundo. A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de cura, mas o tratamento pode ser complexo. Agora, uma nova geração de medicamentos promete facilitar esse processo.

Imagem: ORION PRODUCTION/Shutterstock

Medicamentos apresentam maior eficácia e menos toxicidade

Os medicamentos em questão são os anticorpos conjugados à droga (ADCs). Eles combinam um anticorpo monoclonal, uma proteína criada em laboratório, com um medicamento quimioterápico. Essa abordagem visa direcionar o tratamento especificamente às células cancerosas, aproveitando as defesas naturais do corpo.

Durante um congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica em Berlim, foram apresentadas as descobertas sobre essa nova estratégia. Um dos estudos envolveu 927 pacientes com câncer de mama HER2 positivo, uma forma mais agressiva da doença. Tradicionalmente, esses pacientes passam por uma terapia chamada neoadjuvante antes da cirurgia para reduzir o tumor. Porém, nesta pesquisa, a quimioterapia foi complementada com o medicamento T-DXd (trastuzumabe deruxtecano).

Representação do câncer de mama
Estudos mostram maior eficácia e menos riscos envolvidos nas terapias (Imagem: Jo Panuwat D/Shutterstock)

Os resultados foram promissores. Após o tratamento, 70% dos participantes não apresentavam resquícios de câncer. Além disso, os efeitos colaterais foram consideravelmente menores. Enquanto 56% dos pacientes no tratamento convencional relataram efeitos severos, apenas 40% do grupo que usou o ADC passou por situações semelhantes.

O tratamento pode se tornar o padrão preferencial para pacientes com câncer de mama HER2 positivo em alto risco. Embora os ADCs também causem efeitos colaterais, em geral, eles são menos intensos, pois a droga é liberada diretamente na célula cancerosa.

Nadia Harbeck, uma das autoras do estudo

Eventos adversos foram identificados, mas são reversíveis

Outro estudo incluiu 1.600 pacientes com câncer de mama HER2 positivo em estágio inicial, que tinham resquícios da doença após o tratamento padrão. Os voluntários foram divididos em dois grupos: um recebeu T-DXd e o outro, T-DM1 (trastuzumabe entansina), um anticorpo conjugado diferente. Os ADCs têm eficácia semelhante, mas o T-DXd é mais potente.

Os resultados mostraram uma redução de 53% no risco de recorrência do câncer ou morte entre os pacientes que usaram T-DXd em comparação com o T-DM1. No entanto, foram registrados alguns eventos adversos, como pneumonite relacionada à medicação, que afetou 9,6% dos pacientes em tratamento com T-DXd, contra apenas 1,6% no grupo com T-DM1. A maioria dos casos foi leve e pode ser gerenciada com monitoramento.

Esses avanços têm o potencial de mudar a forma como o câncer de mama é tratado, trazendo novas perspectivas para os pacientes. O que você pensa sobre essas novas abordagens? Sua opinião é muito bem-vinda. Compartilhe suas ideias nos comentários.