Rodrigo Paz, até três meses atrás um senador pouco conhecido da oposição boliviana, fez história ao se tornar o primeiro conservador a vencer uma eleição presidencial na Bolívia em 20 anos. No segundo turno, realizado no último domingo, ele derrotou Jorge “Tuto” Quiroga, um ex-presidente de forte presença política, e se prepara para assumir o cargo em 8 de novembro.
Durante seu discurso de vitória, Paz agradeceu aos apoiadores e destacou seu compromisso em “reabrir” a Bolívia ao mundo. Ele enfatizou a importância de unir todos os setores da sociedade para superar a crise econômica enfrentada pelo país.
O novo presidente herdará uma economia em dificuldades, resultado de 20 anos de governo do partido Movimento ao Socialismo, que levou a Bolívia a um colapso econômico após décadas de boom das commodities. A estagnação das exportações de gás natural e um modelo econômico estatista faliram, deixando a população em filas por combustíveis e dólares.
Desafios Económicos
Com uma inflação de 23% e uma grave escassez de combustíveis, Paz terá a difícil tarefa de restaurar a confiança dos moradores. Ele se comprometeu a implementar reformas de forma gradual, contrastando com a abordagem mais drástica de Quiroga, que defendia um resgate do FMI.
Um Novo Líder em Cena
Filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, Rodrigo cresceu em meio a um histórico político complexo. Embora tenha iniciado sua carreira em um partido de esquerda, ele se posicionou como um conservador favorável a reformas que atraem o setor empresarial, tendo sido prefeito de Tarija e, mais recentemente, senador.
Durante a campanha, Paz, que não figurava entre os principais candidatos inicialmente, deu uma reviravolta ao selecionar o ex-capitão da polícia Edman Lara como vice. Sua atuação como um símbolo anticorrupção ressoou com os moradores, especialmente entre as classes trabalhadoras das regiões andinas.
Conflitos Regionais e Divisões
As divisões entre o leste conservador e rico e o oeste mais empobrecido e indígena marcaram a eleição, refletindo antigas tensões no país. Com a exclamação do ex-presidente Evo Morales, que ainda mantém uma forte influência, o novo governo terá um cenário desafiador pela frente.
Relações com os EUA
Durante sua campanha, Paz visitou Washington, expressando o desejo de melhorar as relações com os Estados Unidos. Essa mudança é significativa após anos de atrito sob o governo de Morales, que tinha alinhamentos com governos de esquerda na região.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, elogiou a vitória de Paz como uma oportunidade para renovar parcerias bilaterais em áreas de interesse mútuo, como segurança regional e investimentos.
Rodrigo Paz agora enfrenta não apenas a tarefa de revitalizar uma economia abatida, mas também de estabelecer uma liderança que una um país marcado por divisões. Quais serão, na sua opinião, os próximos passos que o novo presidente deveria tomar? Deixe seus comentários e compartilhe sua visão.
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