As famílias das vítimas do incêndio no CT do Flamengo se manifestaram após a absolvição de sete réus envolvidos no caso. Elas expressaram seu “profundo e irrevogável protesto” em relação à decisão judicial, que consideram uma falha na busca por justiça.
Em nota da Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu), as famílias ressaltaram que o papel da Justiça não se limita a aplicar a lei, mas também deve atuar preventivamente para evitar tragédias semelhantes. A nota destaca que é essencial enviar uma mensagem clara à sociedade sobre a intolerância a negligências de segurança e falhas estruturais.
A nota também critica a decisão que, segundo as famílias, fragiliza a proteção à vida e à segurança de menores em entidades esportivas. O juiz Tiago Fernandes Barros considerou a ação improcedente, enquanto o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro solicitou a condenação dos acusados, tendo ouvido mais de 40 testemunhas durante as investigações.
Os Réus Absolvidos:
- Márcio Garotti, diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020
- Marcelo Maia de Sá, diretor adjunto de patrimônio
- Danilo Duarte, engenheiro responsável pela estrutura técnica dos containers
- Fabio Hilário da Silva, engenheiro responsável pela estrutura técnica dos containers
- Weslley Gimenes, engenheiro responsável pela estrutura técnica dos containers
- Claudia Pereira Rodrigues, responsável pela assinatura dos contratos da NHJ
- Edson Colman, sócio da Colman Refrigeração, que fazia a manutenção dos aparelhos de ar condicionado
Nota na Íntegra da Afavinu:
A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) manifesta seu profundo protesto diante da decisão que absolveu os sete acusados no processo criminal. Acreditamos que a Justiça deve ter um papel pedagógico para prevenir novas tragédias e que negligências não devem ser toleradas.
Relembramos que os jovens falecidos dormiam em condições inseguras, em contêineres improvisados e sem alvará adequado. A absolvição dos acusados renova o sentimento de impunidade e fragiliza a proteção à segurança dos menores.
A Afavinu continuará buscando justiça, esperando que essa decisão seja revista. É fundamental que medidas concretas sejam adotadas para garantir a segurança de atletas jovens em todo o país.
A decisão judicial que não reconheceu a responsabilidade penal representa uma falha grave no sistema de justiça. Conclamamos a sociedade e a imprensa a não permitir que essa decisão se torne um precedente para a negligência com a segurança de crianças e adolescentes.
Pedimos que o amor pelo futebol também se traduza em compromisso com a vida. Nossa luta é por justiça e pela proteção das futuras gerações de atletas, garantido que o esporte continue sendo um motivo de alegria, nunca de luto.
E você, o que pensa sobre essa decisão? Compartilhe suas opiniões nos comentários.
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