Ministro da Saúde diz que sem ajuda da igreja não há como enfrentar a gravidez na adolescência

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Durante um evento do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que é impossível enfrentar a gravidez na adolescência no Brasil sem a colaboração das igrejas. Para ele, o diálogo com líderes religiosos é essencial para abordar essa questão crítica.

Dados revelam que, na América Latina e no Caribe, uma adolescente se torna mãe a cada 20 segundos, totalizando cerca de 1,6 milhão de nascimentos anuais. No Brasil, aproximadamente 12% dos nascidos vivos têm mães adolescentes. Perante esses números alarmantes, é evidente que a ação do governo sozinha não é suficiente.

Padilha enfatizou que as igrejas, como espaços de convivência, têm um papel importante, especialmente nas regiões onde vivem as populações mais vulneráveis. Os líderes religiosos são vistos como aliados na task forca contra este problema.

A psicóloga Martha Zouain também comentou sobre o papel positivo das igrejas. Para ela, essas instituições têm a capacidade de fomentar diálogos abertos e acolhedores sobre sexualidade. “Falar sobre sexualidade à luz do amor cristão ajuda a transmitir valores fundamentais de respeito e amor verdadeiro”, afirmou.

Zouain ressalta ainda que a comunicação no núcleo familiar é fundamental para a prevenção. Quanto mais abertos os pais forem ao dialogar sobre temas delicados, como corpo e responsabilidades, melhor será o entendimento dos filhos. “A prevenção começa em casa, com conversas que tragam confiança entre pais e filhos”, disse.

A profissional também alertou que, em situações de gravidez na adolescência, o necessário é proporcionar apoio e cuidado, não julgamento. “A adolescente precisará de um olhar que acolha e direcione suas escolhas”, afirmou.

Para que a igreja possa atuar efetivamente nesse cenário, algumas ações são sugeridas. É vital falar abertamente sobre sexualidade, promover encontros de diálogo e workshops voltados aos jovens, assim como criar um ambiente acolhedor em vez de um espaço de exclusão.

Além disso, a colaboração entre as igrejas e escolas pode ajudar na educação e conscientização acerca das consequências de uma gravidez não planejada. Parcerias com profissionais da saúde e mães jovens podem oferecer suporte, tanto espiritual quanto emocional.

É evidente que o papel da família é crucial, assim como a necessidade de fortalecer o vínculo entre pais e filhos. Incentivar uma visão de futuro e propósito nos jovens também pode ser um caminho para adiar a maternidade e paternidade precoces.

Essas reflexões levantam um debate importante sobre como a sociedade e as instituições podem trabalhar de forma conjunta para enfrentar um problema que afeta tantas vidas. E você, o que pensa sobre essa abordagem? Sua opinião é fundamental nessa conversa.

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