Rivalidade entre famílias ciganas causa mortes no DF e mais 4 estados

Um conflito entre duas famílias de ciganos resultou em pelo menos seis mortes desde 2018, afetando o Distrito Federal, Bahia, Goiás, São Paulo e Tocantins. A mais recente vítima foi Nestor Ribeiro Dantas, de 54 anos, assassinado em janeiro de 2021, na Feira do Produtor, localizada no Paranoá. Ele foi atacado por dois homens em motos.

Os irmãos Vanderlan e Marciel Gama Queiroz, apontados como mandantes do crime, pertencem a uma família rival. O rancor entre eles aumentou após o assassinato de Iranildo Gama Queiroz, irmão de Vanderlan, ocorrido em 2018 na Bahia, pelas mãos dos primos de Nestor.

Recentemente, no dia 21 de outubro, Vanderlan foi condenado pela Justiça, enquanto Marciel foi absolvido. Iranildo, além de ter sido sequestrado na Bahia, teve sua liberação exigida por um resgate exorbitante de R$ 5 milhões, mas o pai conseguiu pagar apenas R$ 500 mil. Infelizmente, Iranildo foi assassinado e esquartejado, com a cabeça enviada ao pai.

A Polícia Civil de Goiás revelou que “autores e vítimas do crime na Bahia fazem parte de uma família cigana que vem se matando há gerações em diversos estados, confrontando-se sempre que se encontram.” Os irmãos também eram investigados por outros homicídios. No Tocantins, eles são suspeitos de matar cinco pessoas em Palmas, que foram alvejadas em suas próprias casas.

Após o assassinato de Nestor, os irmãos Queiroz planejaram uma vingança. Eles contrataram dois executores e intermediários para monitorar as vítimas e coordenar a logística dos ataques.

Em reportagens anteriores, o Metrópoles destacou que eles estavam envolvidos em vários massacres em diferentes estados, resultado do conflito com a família rival, conforme indicado pela Polícia Civil do Distrito Federal.

Condenação

Vanderlan Gama Queiroz foi condenado a 26 anos de prisão por ser mandante do homicídio de Nestor, enquanto Marciel, também apontado como mandante, foi absolvido. O Ministério Público do Distrito Federal qualificou a atitude deles como violenta, resultando em ferimentos na companheira e na nora da vítima, além de atingir uma mulher inocente que sobreviveu ao ataque.

A Promotoria informou que os crimes foram motivados por vingança. O promotor de justiça, Daniel Bernoulli, ressaltou a relevância da condenação para tentar interromper esse ciclo de violência entre as famílias. Ele declarou: “O ódio entre elas já causou um rastro de destruição por todo o país. No entanto, com melhores condições de investigação, conseguimos identificar tanto os assassinos quanto o mandante. A condenação de Vanderlan é um passo importante para inibir a continuidade desse comportamento violento.”