Marcos Yuri Amorim, preso preventivamente sob suspeita de matar a namorada Carmen de Oliveira Alves em 12 de junho, em Ilha Solteira, interior de São Paulo, utilizou um barco para ocultar o corpo da vítima, de acordo com a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentada à Justiça no último dia 20.
A promotoria informou que Yuri contou com a ajuda do policial militar da reserva, Roberto Carlos Oliveira, para cometer o crime. Um vizinho de Yuri, identificado como Pedro Henrique Messa, também teria colaborado na ocultação do corpo.
Após quase 29 dias de angústia, amigos e familiares de Carmen iniciaram buscas nas redes sociais. A jovem foi vista pela última vez após fazer uma prova no Campus Ilha Solteira da Unesp, onde estudava.
Carmen desapareceu em 12 de junho, quando apresentava um trabalho na universidade. Investigações indicam que ela, uma mulher trans, pode ter sido vítima de feminicídio praticado por seu namorado, que não queria assumir publicamente o relacionamento de 15 anos. Para pressioná-lo, Carmen havia montado um dossiê com informações sobre roubos supostamente cometidos por ele, o que teria causado sua ira.
Os acusados estão presos desde 10 de julho e enfrentam acusações de feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Recentemente, o MPSP incluiu um terceiro suspeito na denúncia.
Relembre o caso
- Carmen desapareceu no Dia dos Namorados de 2023, após apresentar um trabalho na Unesp de Ilha Solteira.
- Suspeita-se que ela foi vítima de feminicídio, perpetrado por Yuri.
- Felipe mantinha outras relações, como com Roberto, o que fomentava a tensão entre o casal.
- Carmen havia criado um dossiê com informações pessoais de Yuri, o que o deixou enfurecido.
- Ela foi morta naquele mesmo dia, mas seu corpo nunca foi encontrado.
- Yuri e Roberto foram acusados de ocultação de cadáver e fraude processual.
- O MPSP denunciou um terceiro suspeito, vizinho de Yuri, por ajudar na ocultação do crime.
Vizinho fez compras em loja de pesca horas após o crime
De acordo com a denúncia, Carmen foi assassinada na manhã de 12 de junho, logo após encontrar Yuri em sua casa. Eles haviam passado a noite anterior juntos e apresentado um trabalho na faculdade. Após o crime, Yuri se reuniu com o vizinho Paulo Henrique, que foi visto fazendo compras em uma loja de pesca.
Logo depois, Yuri e Pedro colocaram o corpo de Carmen e outros pertences em um barco para ocultá-los em um local desconhecido. A investigação revelou que eles estiveram juntos em momentos que coincidem com a ocultação do corpo.
Na mesma noite, Roberto retornou à casa de Yuri para remover provas digitais, como cartões de memória e roteadores de internet, que poderiam incriminá-los.
Namorado já havia ameaçado jogar corpo de estudante em rio
A pressão que Carmen fazia para que Yuri assumisse o relacionamento gerava conflitos. Em mensagens para uma amiga, ela revelou ameaças de morte feitas por Yuri. Em uma delas, Carmen disse que, se algo acontecesse com ela, Yuri seria o responsável.
Carmen também expressou preocupação com a possibilidade de ser assassinada e pediu à amiga que, se algo lhe acontecesse, fizesse justiça.
Ocultação de provas
Além de tentar limpar os vestígios no dia do crime, os suspeitos continuaram a ocultar evidências nos dias seguintes. Paulo orientou Yuri a apagar conversas em seu celular, incluindo mensagens em que falava sobre a intenção de matar Carmen.
Yuri foi a um evento de motos na cidade para criar um álibi e formatou seu celular, enquanto Roberto excluiu contatos e mensagens antigas.
MPSP denuncia três suspeitos
Segundo a promotora Laís Deguti, é evidente que Yuri e Roberto cometeram feminicídio, além de terem ocultado o corpo e destruído provas. A promotoria denunciou ambos por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Paulo Henrique enfrenta acusações similares e deve ser preso, dado que fugiu após o fato.
O caso de Carmen levanta questões sérias sobre a proteção de mulheres em situações de violência. O que você acha sobre a responsabilidade social diante de casos como este? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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