Um novo estudo do Instituto Trata Brasil apresenta um cenário alarmante para a segurança hídrica no Brasil. A análise aponta que, devido aos efeitos da mudança climática e ao elevado nível de desperdício na distribuição de água, o país poderá enfrentar racionamentos a cada 12 dias, até 2050.
As previsões indicam um aumento das temperaturas e alterações nos padrões de chuva. A temperatura média pode subir em 0,52°C até 2050, reduzindo o número de dias com chuvas. Quando ocorrerem, as chuvas tendem a ser mais intensas e concentradas, dificultando a absorção do solo e a recarga dos reservatórios.
Esse aumento da temperatura deve também elevar o consumo de água, com uma previsão de crescimento de 25,3% entre 2023 e 2050. Esses fatores podem resultar em uma diminuição média de 3,4% na disponibilidade de água a cada ano. Isso significa que o racionamento pode acontecer em média 12 dias anualmente nas cidades brasileiras.
Impactos regionais e desperdício
A situação se torna ainda mais crítica em áreas com clima mais seco, como no Centro-Oeste e no Nordeste, onde o racionamento pode chegar a 30 dias por ano, afetando diretamente a saúde e qualidade de vida dos moradores.
Além das questões climáticas, o estudo destaca um problema estrutural sério: o desperdício de água tratada na distribuição. Em 2023, várias cidades enfrentaram perdas superiores a 80% da água produzida. Em outras palavras, para cada litro consumido, quatro litros se perdem antes de chegar às torneiras, principalmente devido a vazamentos e desvios na rede.
Para atender à demanda projetada de água até 2050, mantendo os atuais índices de perda, seria necessário um aumento de 59,3% na produção de água.
E você, o que pensa sobre essa situação? A gestão da água precisa ser uma prioridade para as cidades. Deixe sua opinião nos comentários.

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