O Ministério Público Federal (MPF) apresentou um parecer contrário à liberação de Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira. Ele é investigado por lavagem de dinheiro vinculada ao tráfico internacional de drogas. O documento foi entregue na segunda-feira (27) durante um processo de habeas corpus movido pela defesa do influenciador.
Segundo o MPF, a soltura poderia “obstruir as investigações”. O parecer foi assinado pelo procurador regional Silvio Pereira Amorim e anexado aos autos do habeas corpus número 5027335-10.2025.4.03.0000, que está em tramitação na 3ª Região da Justiça Federal, sob a relatoria da juíza federal convocada Raecler Baldresca.
Buzaiera foi preso durante a “Operação Narco Bet”, realizada pela Polícia Federal em 14 de outubro de 2025. Essa ação é uma derivação da “Operação Narco Vela”, que começou em fevereiro de 2023, quando autoridades americanas interceptaram 3.082 quilos de cocaína em um veleiro brasileiro chamado Lobo IV, em águas internacionais.
As investigações indicam que R$ 19,7 milhões foram transferidos por Rodrigo de Paula Morgado, um suposto integrante do esquema financeiro, diretamente para a empresa Buzeira Digital. Para o MPF, essas transações são indícios fortes de lavagem de dinheiro.
O parecer também menciona uma anomalia nas relações financeiras, já que o contador Rodrigo, ao invés de receber pagamentos, fez grandes transferências para Buzeira. Além disso, é citado um colar de R$ 2 milhões que o influenciador teria dado ao jogador Neymar, um detalhe considerado relevante pela Polícia Federal.
A defesa de Buzeira, representada pelo advogado Jonas Souza dos Reis Câmara, argumenta que a decisão de prisão não tem fundamentação individualizada. Eles alegam que não há urgência nos fatos, uma vez que a prisão foi decretada em setembro de 2025, mais de dois anos após a apreensão inicial das drogas.
Os advogados ainda destacam que Buzeira é réu primário, tem residência fixa e profissão lícita. Além disso, ele é pai de uma criança de 4 anos e sua esposa está grávida. Para a defesa, a prisão violaria princípios constitucionais relacionados à dignidade humana e à proteção familiar.
O procurador Silvio Amorim defende que a prisão preventiva é necessária para manter a ordem pública e evitar interferências na investigação, dada a “potência econômica e operacional da organização criminosa”. O MPF também exclui a possibilidade de medidas alternativas à prisão.
O procurador afirmou que Buzeira, como influenciador digital, demonstra possuir um patrimônio incompatível com sua atividade declarada, sugerindo o uso de recursos ilícitos. Quanto à situação familiar apresentada pela defesa, o MPF argumenta que falta documentação comprovando as alegações.
Agora, a Justiça Federal da 3ª Região irá analisar o mérito do caso para decidir sobre a manutenção ou revogação da prisão preventiva de Buzeira, decretada pela 6ª Vara Federal Criminal de Santos/SP.
O caso continua a gerar debate. O que você pensa sobre a situação de Buzeira? Deixe sua opinião nos comentários!

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