O governo venezuelano revelou que desmantelou uma “célula criminosa” supostamente responsável por um plano para atacar o contratorpedeiro USS Gravely, da Marinha dos Estados Unidos, que está ancorado em Trinidad e Tobago. Na última segunda-feira, autoridades de Caracas informaram que o grupo, que seria financiado pela CIA, tinha a intenção de perpetrar o ataque e depois responsabilizar a Venezuela, criando um pretexto para uma intervenção militar dos EUA.
Quatro pessoas foram detidas durante a operação que desarticulou o plano, segundo o ministro do Interior, Diosdado Cabello. O governo venezuelano classificou a ação como uma operação de “bandeira falsa”.
O chanceler venezuelano, Yván Gil, comunicou ao governo de Trinidad e Tobago sobre a suposta conspiração. Ele afirmou: “Informei ao governo de Trinidad e Tobago sobre a operação de bandeira falsa dirigida pela CIA: atacar um navio militar dos EUA na ilha e culpar a Venezuela.”
Essas acusações surgem em um contexto de tensões crescentes entre a Venezuela e os EUA. No mês passado, o presidente americano Donald Trump confirmou que autorizou operações secretas da CIA na América do Sul, planeando expandir ações militares contra grupos ligados ao narcotráfico na região.
O USS Gravely, que possui mísseis Tomahawk, está atualmente ancorado em Trinidad e Tobago, localizada a menos de 10 quilômetros da costa venezuelana. Recentemente, esse contratorpedeiro foi destacado para a região junto com o porta-aviões Gerald R. Ford.
A presença naval americana representa a maior mobilização militar dos EUA na área desde a invasão do Panamá, em 1989. As operações norte-americanas no Caribe e no Pacífico resultaram em afundamentos de embarcações e 43 mortes, conforme dados do governo dos EUA.
Até o momento, as autoridades venezuelanas não revelaram a identidade dos detidos e não apresentaram evidências concretas que comprovem o envolvimento direto da CIA no suposto plano.
A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, rejeitou as acusações venezuelanas, afirmando que não aceitaria “chantagem”. Em declaração à AFP, ela ressaltou que “nosso futuro não depende da Venezuela e nunca dependeu”. O governo trinitário mantém exercícios militares em conjunto com forças americanas.
As autoridades de Trinidad e Tobago justificaram a presença do navio americano como parte dos esforços para reforçar o combate ao crime transnacional e fortalecer a cooperação em segurança. O governo do país também destacou a importância da relação com a Venezuela, devido à história compartilhada entre as duas nações.
O cenário geopolítico na região continua tenso e suscita debates acalorados. O que você pensa sobre as acusações feitas pela Venezuela? Compartilhe sua opinião nos comentários.

Facebook Comments