Justiça arquiva caso de mulher morta por PM a 20 dias do casamento

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O Inquérito Policial Militar (IPM) e o inquérito policial subsequente sobre a morte de Francisca Marcela da Silva Ribeiro foram arquivados. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) concluiu que o cabo da Polícia Militar, Daniel Lins Ferreira, não teve intenção de matar a vítima.

Francisca Marcela morreu apenas 20 dias antes de seu casamento com Wilker Michel da Silva, que presenciou o incidente. A cerimônia estava agendada para 26 de outubro do ano passado, e de acordo com a cunhada da vítima, ela seria enterrada com o vestido de noiva.

O arquivamento do caso foi decidido pelo Tribunal do Júri em agosto, seguindo um pedido da Promotoria. O PM está lotado no 1º Batalhão de Trânsito e, no dia do fato, 6 de outubro de 2024, ele estava de folga quando foi acionado devido a um roubo em andamento.

Arrastão e tiroteio

No dia do incidente, o cabo Daniel abastecia um Volkswagen Polo em um posto na zona sul de São Paulo, quando criminosos em motocicletas começaram a assaltar os clientes, incluindo Francisca e seu noivo.

A investigação inicial, que estava sob a responsabilidade militar, passou a tramitar no Tribunal do Júri após a morte de Francisca. Também havia investigações contra os assaltantes Gustavo Pereira Bortolotti e Pedro Henrique de Oliveira da Silva, relacionados a tentativa de homicídio.

A tragédia ocorreu após o cabo Daniel sacar sua arma e se identificar, levando a uma reação armada de um dos assaltantes e ao subsequente tiroteio, onde Francisca foi atingida. O noivo dela relatou como tudo aconteceu durante seu depoimento.

“O policial correu atrás do indivíduo e desferiu dois disparos, em seguida, virou em direção ao declarante e esposa, começou a atirar, e o declarante ficou gritando ‘é minha esposa, minha esposa, pelo amor de Deus’. Não havia nenhum dos ladrões perto do declarante e esposa quando o policial atirou.”

Legítima defesa

O arquivamento foi baseado na avaliação de que o policial agiu em “legítima defesa própria e de terceiros”. O MPSP indicou que o cabo estava em uma situação de confronto legítimo com os criminosos e, na verdade, foi vítima de uma tentativa de latrocínio em um caso separado.

Embora o tiro que atingiu Francisca possa ter sido disparado pelo policial, a morte foi considerada um “erro na execução”. Isso significa que a jornalista foi atingida de forma acidental enquanto o PM tentava se defender, não configurando excesso na ação do agente de segurança.

Com essa decisão, o inquérito foi arquivado definitivamente.

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