A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA) uniu forças com o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-BA) e o Ilé Òsùmàrè Aráká Àse Ògòdó para realizar a cerimônia de entronização do Machado de Xangô, também conhecido como Oxê de Xangô, no Fórum 2 de Julho. O evento, que ocorreu na última quarta-feira (29), simboliza o compromisso das instituições com a diversidade, a liberdade religiosa e a valorização das tradições afro-brasileiras.
O Machado Sagrado, esculpido em madeira pelo artista Daniel Melo e doado pela Casa de Oxumaré, representa equilíbrio, imparcialidade e a busca pela Justiça. Suas lâminas duplas, que possuem olhos, simbolizam a visão da verdade sob diferentes ângulos. Essa obra é descrita como um convite ao diálogo entre as diversas crenças.
Cléia Costa, secretária-geral da OAB-BA e responsável pela articulação da doação, explicou a trajetória desse movimento. Segundo ela, o primeiro passo foi dado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, seguido pelo Tribunal de Justiça da Bahia. Agora, com a participação do TRT-BA, a cidade avança nessa jornada. Cléia destacou que essa ação é apenas o começo, com outros passos ainda por vir, reafirmando a importância da diversidade e da compreensão das diferenças que fortalecem a sociedade.
O babalorixá da Casa de Oxumaré, baba Pecê, falou sobre o significado espiritual do ato. Ele ressaltou que o Oxê é o instrumento de Xangô, o orixá da Justiça, e defendeu que a colocação desse símbolo em um espaço público reconhece a Justiça como algo espiritual, humano e plural. Baba Pecê expressou a honra de ter o Oxê de Xangô nesse local, desejando que isso promova igualdade e respeito.
Raphael Pitombo, secretário-geral adjunto da OAB-BA, destacou a importância da parceria com o TRT-BA, celebrando o momento positivo para as religiões de matriz africana. Ao finalizar a solenidade, o presidente do TRT-BA, desembargador Jéfferson Muricy, agradeceu a doação e ressaltou o valor do símbolo, que representa comprometimento com Justiça, verdade e equilíbrio, além de contribuir para a reparação histórica e a construção de uma sociedade sem discriminação.
Essa iniciativa se soma a um ato semelhante realizado em maio, quando o Tribunal de Justiça da Bahia também recebeu um Oxê de Xangô, intermediado pela OAB-BA. A Ordem informa que continua atuando em defesa da liberdade de crença por meio de comissões temáticas, como a de Combate à Intolerância Religiosa e de Promoção da Igualdade Racial.
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