Não faz tanto tempo, as guerras eram mostradas abertamente. O Vietnã foi um marco, a última guerra dos EUA transmitida ao vivo, que chocou a população e gerou revolta. Hoje, os conflitos se tornaram como um videogame. Vemos mísseis e balas, mas não as consequências. Isso pode ser um dos motivos para a continuação das guerras. Se as pessoas realmente encarassem os horrores dos conflitos, talvez fossem menos frequentes.
Um paralelo pode ser feito com o recente massacre no Rio de Janeiro. As autoridades tratam as vítimas como “suspeitos”. A velha frase “bandido bom é bandido morto” ganhou um novo sentido: “suspeito bom é suspeito morto”. O governo do estado trata indivíduos assim porque não tem certeza se eram criminosos.
Infelizmente, a verdade provavelmente não aparecerá. As autoridades já se adiantaram, alegando que as câmeras dos policiais tinham limite de bateria e que a operação foi longa.
Quantas operações do tipo já ocorreram no Rio em quatro décadas? E quais realmente impactaram o crime organizado? Nenhuma. As mortes, mesmo que de criminosos, são irrelevantes, pois é fácil reabastecer essas “peças”. A morte de um hoje significa que outro assume amanhã. O que avança no combate ao crime? Nada.
A segurança pública não se resolve com chacinas. Se o Estado deseja retomar áreas dominadas pelo crime, precisa reocupar e investir em melhorias para os moradores, que hoje vivem reféns do tráfico.
Esse cenário aponta para uma manobra eleitoral do governador e da direita brasileira. A direita, acuada e sem um candidato forte, parece usar essa mortandade para reavivar a bandeira da segurança pública, promovendo o velho discurso: “é preciso combater bandidos como eles conhecem”.
Se realmente se importassem com a questão, não se oporiam à aprovação de medidas que partilhassem a responsabilidade pela segurança pública com o Governo Federal. Contudo, querem manter o controle da forma como acreditam que o crime deve ser combatido, e o resultado disso está claro.
Saberemos, um dia, os nomes de todos os mortos nesta operação? A dúvida permanece: eram todos bandidos?
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