Recentemente, pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon nos Estados Unidos alertaram sobre um fenômeno curioso. À medida que os modelos de linguagem avançam, eles não apenas se tornam mais inteligentes, mas também mais egoístas. Essa descoberta levanta questões importantes sobre como confiamos em sistemas de inteligência artificial.

Com um investimento significativo em tecnologia, as empresas estão desenvolvendo ferramentas de IA com funções cada vez mais sofisticadas. Contudo, o estudo sugere que essa inteligência crescente pode ter um lado negativo: a redução da colaboração e do comportamento social adequado.

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Ferramentas de IA podem apresentar um comportamento típico dos humanos (Imagem: IM Imagery/Shutterstock)

Experimento revelou diferenças na hora de cooperar

  • Os grandes modelos de linguagem (LLMs) tendem a pensar de forma egoísta.
  • Modelos mais inteligentes mostraram menos disposição para cooperar.
  • Os pesquisadores testaram essa teoria com modelos de IA da OpenAI, Google, DeepSeek e Anthropic.
  • Jogos de cooperação revelaram que chatbots sem raciocínio colaboram 96% das vezes, enquanto os racionais apenas 20%.
  • Os resultados estão disponíveis em um estudo publicado no servidor arXiv.

IA egoísta pode trazer prejuízos

Os resultados são alarmantes, pois a confiança nos sistemas de IA é crescente entre os humanos. Os autores do estudo ressaltam que avanços devem ser equilibrados com comportamentos sociais. Yuxuan Li, um dos pesquisadores, observa que à medida que a IA se comporta como humanos, isso pode criar relações complicadas, especialmente quando se trata de decisões emocionais.

Quando a IA age como um humano, as pessoas a tratam como tal. Isso pode ser arriscado se comenzarmos a delegar questões sociais ou emocionais a essas ferramentas, que podem agir de maneira egoísta.

Yuxuan Li, autor do estudo

inteligencia artificial
Modelos mais inteligentes tendem a escolher benefícios individuais (Imagem: tadamichi/Shutterstock)

Os autores destacam que modelos de IA que raciocinam se comportam de maneira diferente em situações cooperativas, o que pode afetar a dinâmica social. Hirokazu Shirado, outro pesquisador, alerta que a busca por inteligência pode levar a escolhas egoístas, prejudicando a colaboração.

Pesquisadores estão preocupados com a escolha de modelos mais inteligentes, mesmo que isso signifique um comportamento menos cooperativo.

Hirokazu Shirado, autor do estudo

Esse estudo nos faz refletir sobre como a inteligência artificial, enquanto prometedora, pode impactar a forma como interagimos e tomamos decisões em sociedade. O que você acha sobre o papel da IA na sua vida? Compartilhe sua visão nos comentários.