O deputado federal e pastor Otoni de Paula (MDB-RJ) fez uma declaração contundente contra a megaoperação da Polícia Militar realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na última terça-feira (28). Em uma entrevista à Folha de S. Paulo, ele acusou os agentes de terem recebido licença para “executar” pessoas, caracterizando a ação como a mais letal da história do Brasil.
Otoni de Paula afirmou que os policiais estavam claramente autorizados a agir sem restrições, dizendo que “nenhuma ação desse nível ocorre sem que o policial se sinta protegido por alguma ordem do governador”. Em um discurso na Câmara, o deputado ressaltou que entre as mais de 120 vítimas da operação havia inocentes.
“Ah, só morreram bandidos! Não, estou falando como pastor e não sou um pastor progressista. Só de filhos de moradores da igreja que eu conheço, morreram quatro na terça-feira, meninos que nunca portaram fuzis, mas estão sendo contados como se fossem bandidos”, protestou. Ele destacou que a percepção negativa em relação aos jovens é influenciada por estereótipos raciais, afirmando que uma pessoa negra correndo durante uma operação é automaticamente considerada bandida.
O deputado também expressou preocupação pela segurança de seus filhos, que frequentam as comunidades. “É fácil para quem não conhece a realidade da favela dizer ‘que bom, matou’. É porque os filhos deles não estão lá dentro, como o meu, e meu receio é que ele é negro”, contou.
Além disso, Otoni de Paula anunciou que irá solicitar, por meio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, uma investigação independente pela Polícia Federal sobre a operação realizada.
O que você acha das declarações do deputado? A situação nas comunidades realmente merece mais atenção? Compartilhe sua opinião nos comentários.



 
                                    
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