Opinião: Direita pós-bolsonarismo sequestra segurança pública e tema deve repercutir até na Bahia

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O governador Cláudio Castro (PL) apresentou uma nova estratégia para a direita brasileira ao impulsionar uma “megaoperação” no Rio de Janeiro. Essa ação abriu um espaço para a discussão da segurança pública, permitindo que a direita se dissocie do bolsonarismo, ao mesmo tempo em que reacende a militância contrária ao PT, especialmente após eventos recentes que desgastaram a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro. Espera-se que o tema ganhe força, especialmente em 2026, o que deve acender um sinal amarelo nas localidades onde o assunto já era discutido, como na Bahia.

A segurança pública é a principal preocupação do governo de Jerônimo Rodrigues (PT). Embora outros desafios, como saúde, educação e infraestrutura, também sejam urgentes, é a questão da segurança que mais aparece nas pesquisas realizadas. O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), tem martelado esse tema, aproveitando a Operação Contenção, idealizada por Cláudio Castro, para criticar a gestão baiana.

Desde o dia da operação, a exploração política do evento começou rapidamente. Inicialmente, números oficiais sobre as mortes foram divulgados de forma contraditória. Enquanto Cláudio Castro se posicionava como defensor da ordem, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrentava críticas. Apesar das contradições que surgiram, Castro conseguiu se tornar um exemplo a ser seguido por outros.

Nos dias seguintes, governadores que se distanciaram do bolsonarismo se uniram em apoio, lançando o “Consórcio da Paz”. Essa iniciativa, que visa combater a violência, é também um movimento antípodo à esquerda, reformulando a estratégia da direita num cenário pós-Bolsonaro. Essa nova fase pode ser vital para o futuro desse segmento político, especialmente quando Lula parecia ter fácil caminho para reeleição.

O governo federal conseguiu minimizar os efeitos das críticas a Cláudio Castro. Contudo, a ideia de que o PT não está à altura para enfrentar a violência voltou a ganhar força. Declarações de figuras como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), ecoaram na população ao afirmar que não existe crime sem punição.

Em viagens internacionais, ACM Neto não comentou as reações dos governadores de direita em relação à operação no Rio de Janeiro. Dada sua história política, é provável que ele use essa narrativa antipetista para ganhar apoio eleitoral no próximo ano.

A abordagem rigorosa da segurança pública, mesmo com os danos colaterais evidentes e imagens impactantes, serve como um argumento para afirmar que Jerônimo Rodrigues não está respondendo adequadamente ao desafio imposto pelas facções criminosas. A máxima “ou soma, ou suma” poderia se aplicar a ambos os lados da disputa política, mas é somente a direita que se sentirá mais confortável ao utilizar essa mensagem.

O que você acha dessa nova dinâmica política em relação à segurança pública? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões sobre como isso pode impactar a sua região.

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