Rio de Janeiro, um Estado serial killer

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O governador Cláudio Castro (PL) declarou que a “mega” operação policial no Complexo do Alemão e da Penha, realizada na última terça-feira (28), foi um sucesso, mesmo após a divulgação de 64 mortes. No dia seguinte, o número subiu para 121. Isso levanta questões sérias sobre a eficácia e os objetivos das intervenções policiais no Estado.

Dentre as cinco maiores chacinas na história do Rio, quatro ocorreram sob sua administração. A mais recente se tornou a maior em termos de mortes na história recente do Brasil, superando a tragédia de 1992 no Carandiru, onde 111 presos foram mortos. A situação expõe a vulnerabilidade da população diante das operações.

Castro parece ter compreendido que o clima de medo pode justificar execuções extrajudiciais. Segundo a jornalista Dorrit Harazim, a “Operação Contenção” resultou em mais mortes (113) do que prisões (20) e feridos (15 policiais e quatro moradores). Esses dados alarmantes mostram que a operação não atingiu seu objetivo inicial de prender criminosos.

No mesmo dia, mais de 100 palestinos foram mortos em Gaza, intensificando o contraste entre a violência enfrentada no Brasil e a situação em outras partes do mundo. O governador, por sua vez, invadiu o Alemão e a Penha com a intenção de prender 100 membros do Comando Vermelho, que já controlam mais de 50% da área metropolitana do Rio. No entanto, apenas 20 foram capturados, e nenhum dos mortos estava na lista de alvos.

Se medirmos pela eficiência da operação, o resultado foi um fracasso. Contudo, politicamente, fortaleceu Castro, cuja popularidade cresceu e que agora conta com apoio em igrejas. Esse movimento também viabiliza sua candidatura ao Senado.

Enquanto isso, a direita, incluindo a bolsonarista, começa a articular uma estratégia para desafiar Lula nas eleições de 2026. No entanto, enfrentam dois desafios: encontrar um candidato forte e se unir para conseguir um candidato viável.

A contínua expansão do crime organizado no Rio não foi freada pelas chacinas anteriores. É incerto que essa última operação inesperada traga mudanças significativas. O Rio de Janeiro continua sendo marcado pela violência, longe do ideal de uma cidade maravilhosa que seus moradores tanto desejam.

A realidade é dura e o caminho para a paz e segurança ainda parece distante. E você, o que pensa sobre essa situação? Sinta-se à vontade para compartilhar sua opinião.

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