Estrategista, Cláudio Castro se move por pesquisas e ameaça a aliados

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Em um evento com mesas redondas, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, compartilhou um momento marcante de sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante a campanha de 2022, Bolsonaro condicionou seu apoio a uma declaração de oposição à TV Globo e ao Supremo, algo que Castro rejeitou, mencionando que já enfrentava problemas suficientes.

Bolsonaro, que trata a Globo como “Globolixo” e vê o Supremo como adversário, tentou substituir Castro como candidato, mas sem sucesso. Assim, a relação entre eles se restringe a um campo político comum, conforme destacam aliados de Castro.

O governador mais jovem da história do estado, Castro assumiu a vice-governadoria aos 39 anos, visando atrair eleitores católicos e evangélicos. Além de político, ele também é cantor religioso com dois discos no Spotify, aproveitando sua popularidade após operações policiais no Rio que resultaram em grande repercussão.

A escolha de Castro como vice inicialmente parecia uma estratégia sem grandes expectativas, pois poucos acreditavam que Wilson Witzel, ex-juiz da Lava Jato, venceria as eleições. Porém, Witzel foi eleito e, após ser cassado, a chance para Castro floresceu. Ele foi reeleito em 2022, angariando até votos da esquerda ao evitar associações com o bolsonarismo.

Ele agora enfrenta uma nova fase, acusado de abuso de poder político, com um julgamento marcado para o dia 4 de novembro. As expectativas sobre o resultado são incertas, uma vez que a votação no Tribunal Regional Eleitoral foi apertada.

O governador que governa por números

Para Cláudio Castro, as pesquisas são fundamentais. Ele não toma decisões sem consultar levantamentos de opinião, com três pesquisas mensais sendo a norma em sua gestão. Isso o levou a crer na eficácia das operações policiais em áreas dominadas pelo Comando Vermelho.

Como um estrategista, Castro planeja meticulosamente cada movimento. Seus discursos são raramente improvisados, com uma equipe próxima que inclui seu chefe de gabinete e o secretário da Casa Civil.

Recentemente, a operação policial lhe proporcionou uma nova oportunidade política, já que um desentendimento com o presidente da Assembleia, Rodrigo Bacelar, o afastou de um possível sucessor. Após esse desentendimento, aliados apontam que Castro poderia até desistir de uma corrida ao Senado para evitar que Bacelar assumisse o governo.

Com a popularidade em alta, aliados acreditam que uma solução política poderá surgir. A situação pode depender do presidente do União Brasil, Antonio Rueda, um aliado que controla firmemente o partido. Se optar por isso, Bacelar terá que se contentar com o Tribunal de Contas e se afastar do cenário político.

Cláudio Castro agora está em uma corrida contra o tempo. Um político que baseia suas decisões em pesquisas entende que a popularidade pode ser efêmera. Sua maior preocupação, revelam aliados, é o que acontece após as operações policiais.

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