O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, em sua reunião no dia 5 de novembro, manter a taxa básica de juros em 15%, o maior nível em quase 20 anos. Essa opção já era esperada pelo mercado, mesmo diante de sinais de desaceleração na atividade econômica desde as últimas reuniões, realizadas em julho e setembro.

Nos últimos encontros do Copom, os dados mostraram uma perda de tração no crédito e uma queda na inflação, o que reflete os efeitos da política de juros na economia. O Copom realiza reuniões a cada 45 dias, onde apresenta e analisa as perspectivas das economias global e brasileira, antes de decidir sobre a taxa Selic.

Apesar da desaceleração da inflação, os preços de alguns itens, como energia, continuam pressionando a comissão. Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) foi de apenas 0,18%, acumulando 4,94% em 12 meses. O IPCA referente a outubro será divulgado no próximo dia 11.

A taxa Selic a 15% é a maior desde julho de 2006. Economistas acreditam que possíveis cortes na taxa não devem ocorrer antes de janeiro de 2026. Um relatório recente indicou que a Selic deve ser mantida nesse nível até o final de 2025 ou início de 2026.

Adriana Melo, CFO da SAS Brasil, destacou a cautela do Banco Central. Segundo ela, a decisão reflete o reconhecimento dos riscos elevados para a inflação. O Banco Central está optando por manter a estabilidade, já que a política monetária é a principal âncora de credibilidade econômica do país.

Melo ainda afirmou que existem duas abordagens possíveis: uma mais rigorosa, mantendo os juros altos por um período mais longo para controlar a inflação, ou uma mais flexível, que permitiria cortes nos juros se a atividade econômica esfriar e a moeda se valorizar.

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