O Ministério Público Federal (MPF) está averiguando um aparente esquema de hackeamento dentro da Polícia Civil de São Paulo. Pesquisas indicam que um hacker obteve dados sigilosos de policiais. Esses dados teriam sido utilizados para invadir dispositivos de suspeitos e coletar provas de forma ilegal.
A situação veio à tona após a denúncia de um alvo da Operação Raio-X, que começou em agosto de 2020, focando em desvios de dinheiro entre prefeituras e organizações sociais. O médico Franklin Cangussu Sampaio, próximo ao ex-governador Márcio França, relatou que passou a ser extorquido após ter seu celular apreendido.
Patrick Brito é o hacker identificado como responsável por esses crimes. Em uma denúncia à Procuradoria de Araçatuba, ele afirmou que recebeu informações de policiais para invadir o celular de Cangussu. A autoridade policial mencionada, Carlos Henrique Cotait, nega qualquer envolvimento.
As corregedorias da Polícia Civil de Santos, Araçatuba e Iguape apuraram o caso. Apenas o agente Edison Luís Rodrigues foi indiciado e afastado, enquanto as acusações contra outros policiais não foram consideradas.
Em novembro do ano passado, o MPF assumiu a investigação, dado que os supostos crimes foram cometidos por alguém fora do país. As investigações estão em andamento, e a procuradora Gabriela Saraiva Hossri analisou mais de 70 documentos que podem implicar outros policiais civis.
Desdobramentos da Apuração
As corretoras arquivaram diversos procedimentos sobre as denúncias apresentadas por Brito. A última apuração foi aberta em agosto de 2024 e, um ano depois, foi arquivada pelo corregedor-geral da Polícia Civil.
No início de 2021, Brito foi preso por ter invadido o celular do então prefeito de Araçatuba. Após ser liberado, ele alegou que passou a trabalhar com a equipe de Cotait e recebeu dinheiro por suas atividades.
Ele também apresentou provas, como prints de conversas com policiais sugerindo invasões em dispositivos de alvos, incluindo o ex-governador Márcio França.
Diante das revelações, em entrevistas, o secretário da Segurança Pública afirmou que o caso seria tratado com total transparência. No entanto, a investigação retornou ao ponto em que começou, com o caso sendo arquivado sem novas apurações abrangentes.
Reações e Implicações
A UTIs de Corregedoria Central foi acionada, mas não trouxe novidades relevantes. Brito, ao se sentir traído, decidiu denunciar os policiais, evocando a ideia de que Edison Rodrigues seria um “bode expiatório” no embate.
Cotait, por sua vez, refutou as acusações de Brito, alegando que as interações foram manipuladas. Ele se defendeu, afirmando que não está sendo investigado e que o arquivamento do caso mostra que Brito mente.
O hacker, detido na Sérvia desde dezembro de 2022, aguarda decisão sobre sua extradição, enquanto seus advogados confiam que as irregularidades no processo serão reconhecidas e, consequentemente, levarão à sua absolvição.
O que você acha sobre essas acusações e os desdobramentos da investigação? Deixe sua opinião nos comentários!

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