Brasileiros testam novo remédio de baixo custo contra Alzheimer

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Uma equipe da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo, desenvolveu um novo composto químico que pode revolucionar o tratamento do Alzheimer. Essa descoberta pode abrir portas para a criação de terapias mais acessíveis.

Publicada em agosto na revista ACS Chemical Neuroscience, a pesquisa incluiu simulações por computador, testes em células e experimentos em animais, apresentando resultados bastante promissores.

O composto demonstrou eficácia ao degradar placas de beta-amiloide no cérebro. Essas placas, formadas por fragmentos de peptídeos, se acumulam entre os neurônios e são responsáveis por inflamações e pela interrupção da comunicação entre as células.

O diferencial da pesquisa brasileira é que o composto atua como um quelante de cobre. Isso significa que ele se liga ao cobre em excesso nas placas, facilitando sua degradação. Depois de sintetizar dez moléculas, três foram testadas em camundongos com Alzheimer induzido, e uma delas se destacou pela eficácia e segurança nos testes.

Nos experimentos, o composto não apenas reduziu a perda de memória e a dificuldade de orientação espacial, mas também diminuiu marcadores de neuroinflamação e estresse oxidativo no hipocampo, a região do cérebro ligada à memória. Além disso, restaurou o equilíbrio de cobre nessa área cerebral.

Outro ponto positivo é que a substância conseguiu atravessar a barreira hematoencefálica e não apresentou toxicidade nos testes.


O que é o Alzheimer?

  • O Alzheimer afeta progressivamente o funcionamento do cérebro, prejudicando a memória e outras funções cognitivas.
  • Sua causa exata ainda é desconhecida, mas indícios apontam para um fundo genético.
  • É o tipo mais comum de demência em pessoas idosas, representando mais da metade dos casos registrados no Brasil.
  • O primeiro sintoma geralmente é a perda recente de memória.
  • Conforme a doença avança, surgem outros sintomas mais graves, como confusão com horários e lugares, irritabilidade e dificuldades na comunicação.

A professora Giselle Cerchiaro, coordenadora do estudo, destaca que se trata de “uma molécula extremamente simples, segura e eficaz, com custo baixíssimo em comparação com os medicamentos disponíveis”. Ela acredita que, mesmo que a terapia funcione apenas para uma parte da população — devido ao caráter multifatorial da doença —, já será um grande avanço.

Os próximos passos incluem a solicitação de patente do composto e a busca por parcerias com empresas farmacêuticas para iniciar os testes clínicos em humanos. Essa fase será essencial para avaliar a segurança e a eficácia do medicamento em pessoas idosas.

O Alzheimer é um dos grandes desafios da medicina moderna, considerando sua origem complexa e múltiplos fatores de risco. Portanto, abordagens que atuam em mecanismos centrais — como o acúmulo de peptídeos amiloides ou a regulação dos metais cerebrais — são extremamente valorizadas.

E você, o que pensa sobre esse avanço na busca por tratamentos para o Alzheimer? Sinta-se à vontade para compartilhar suas opiniões e interagir nos comentários.

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