Em outubro de 2025, as exportações da Bahia sofreram uma queda de 16,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), ligada à Secretaria de Planejamento, divulgou a informação nesta segunda-feira (10). Apesar de totalizar 1,03 bilhão de dólares, o maior valor mensal do ano, o desempenho foi impactado por uma redução de 17,6% no volume embarcado, atenuada por um aumento médio de 1,4% nos preços dos produtos exportados.
O motivo principal para essa queda foi a forte retração das vendas para os Estados Unidos, que caíram 60,8% em valor e 65% em volume. Essa situação é resultado das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reduziu a demanda por produtos baianos.
Por outro lado, as exportações para outros países cresceram. Para a China, a alta foi de 23,7%, impulsionada pela soja. O Canadá viu um aumento significativo de 147%, com destaque para ouro e níquel, enquanto a Índia cresceu 178,1%, puxada pelo algodão. Apesar dessas boas notícias, a SEI aponta incertezas futuras, já que as negociações comerciais entre China e EUA podem afetar as exportações de soja, embora grande parte da safra já tenha sido despachada.
Entre os setores, a agropecuária foi o único a apresentar crescimento em outubro, com aumento de 21,4% em comparação ao mesmo mês de 2024. No entanto, a indústria extrativa caiu 47,4% e a indústria de transformação teve um recuo de 38,7%, refletindo o enfraquecimento da demanda global.
No acumulado de janeiro a outubro, as exportações da Bahia totalizaram 9,54 bilhões de dólares, uma diminuição de 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. As importações também caíram, somando 8,07 bilhões de dólares, uma queda de 13%. Esse cenário manteve o saldo comercial positivo em 1,46 bilhão de dólares.
A SEI destaca que o avanço da safra agrícola, estimada em 12,8 milhões de toneladas (+12,3%), e a melhora nos preços das commodities têm ajudado a sustentar o nível das exportações, mesmo diante das barreiras comerciais e instabilidade econômica.
Nas importações, a Bahia gastou 770,9 milhões de dólares em outubro, uma queda de 19,3% em relação ao ano anterior. A principal razão foram os menores gastos com combustíveis, que caíram 58,8%. Entretanto, alguns setores apresentaram crescimento, como bens de capital, que subiram 102,7%, e bens de consumo, com uma alta de 186,3% impulsionada por veículos, produtos químicos e eletrônicos.
Os Estados Unidos continuam sendo o principal fornecedor da Bahia, com 29% de participação, mas registraram uma perda de 9,3% nas vendas para o estado. A China, por sua vez, cresceu 67,7% nas exportações para a Bahia, alcançando 1,3 bilhão de dólares, com compras focadas em células fotovoltaicas, veículos, fertilizantes e máquinas industriais.
A Rússia, embora tenha visto uma queda de 49,2% nas exportações para a Bahia, ainda é a principal fornecedora de fertilizantes, com 220 milhões de dólares em vendas, alta de 18% no ano.
O impacto das tarifas de Trump segue moldando as dinâmicas comerciais e é um tema importante para os moradores da Bahia e para a economia local. Compartilhe sua opinião sobre essa situação e como você vê o futuro das exportações na região.

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