PF vê retrocesso em alterações feitas por Derrite no texto antifacção

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A Polícia Federal divulgou uma nota nesta segunda-feira, expressando preocupação com as alterações propostas pelo relator Guilherme Derrite (PP-SP) no Projeto Antifacção em discussão na Câmara dos Deputados. A versão apresentada por Derrite é preliminar, e a versão final está prevista para ser divulgada nesta terça-feira.

Segundo a PF, o projeto original enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha como meta fortalecer o combate ao crime organizado. Contudo, as modificações feitas pelo relator podem enfraquecer pontos considerados essenciais, comprometendo o interesse público e a eficácia de grandes investigações.

Uma das mudanças mais criticadas é um dispositivo que exige que a PF só possa investigar facções criminosas, milícias e grupos paramilitares classificados como terroristas mediante solicitação dos governadores. A corporação argumenta que esse requisito pode prejudicar operações essenciais.

“Pelo relatório apresentado, o papel histórico da Polícia Federal no combate ao crime pode sofrer restrições significativas. A execução de operações dependeria de solicitação do governo estadual da área investigada, o que representa um risco real de enfraquecimento no combate ao crime organizado”, afirmou a nota.

A PF também destacou que essa mudança pode impactar a efetividade e os resultados de investigações longas, sendo um verdadeiro retrocesso na luta contra crimes de organizações criminosas, como corrupção e tráfico de drogas.

Um exemplo citado pela corporação foi a Operação Carbono Oculto, realizada em agosto, que desmantelou um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). A PF teme que operações dessa magnitude não sejam viáveis sob o novo modelo.

“É importante ressaltar que, em agosto, a Polícia Federal conduziu a maior operação contra o crime organizado da história do país. Com as novas regras, operações como essa estariam ameaçadas e poderiam ter seus efeitos limitados”, acrescentou.

Após o descontentamento, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), falou sobre a articulação feita entre o relator Derrite e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. O objetivo é garantir que a polícia mantenha suas funções históricas no combate ao crime organizado.

Confira na íntegra:

Intermediei um diálogo entre o deputado @DerriteSP e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para garantir que a PF manterá suas atribuições nas investigações contra o Crime Organizado.

— Hugo Motta (@HugoMottaPB) November 10, 2025

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