Na quinta-feira, dia 6, o Nubank anunciou mudanças importantes em seu modelo de trabalho. A fintech informou que vai encerrar o trabalho 100% remoto a partir do próximo ano, passando a exigir que os funcionários compareçam ao escritório por dois dias semanais até julho de 2026 e, posteriormente, três dias até janeiro de 2027. Essa decisão gerou descontentamento entre os colaboradores e, um dia depois, 12 deles foram demitidos.
Embora o Nubank alegue que a demissão não esteve relacionada à insatisfação dos funcionários, mas sim à conduta destes, a inquietação permeia o ambiente de trabalho. O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região relatou que a reunião, que formalmente se chamava “coffee break”, teve a participação do CEO David Vélez e reuniu aproximadamente 7 mil dos 9,5 mil empregados, tudo isso sem um aviso prévio ao sindicato. Além disso, surgiram denúncias que indicam que as demissões ocorreram em resposta a manifestações de trabalhadores insatisfeitos com as mudanças.
O que diz o sindicato?

A presidenta do sindicato, Neiva Ribeiro, destacou que tentou contato com a direção do Nubank, pedindo esclarecimentos sobre as demissões. Ela questiona: “Os trabalhadores foram convidados a se manifestar em uma reunião e, em seguida, são punidos com demissões? Precisamos de mais esclarecimentos”. O sindicato também conversou com os funcionários demitidos e encontrou divergências nas versões apresentadas.
O sindicato reivindica a garantia de que não haverá retaliações contra aqueles que se manifestaram na reunião. Além disso, pede transparência do Nubank em relação aos critérios usados nas demissões. Nos próximos dias, a entidade pretende realizar uma reunião virtual para discutir o que realmente motivou as dispensas.
Postagem da presidenta do sindicato no LinkedIn

Neiva também fez uma postagem no LinkedIn, pedindo uma reunião urgente com a liderança do Nubank para discutir as demissões. No post, que já acumulou mais de 1.200 reações, um ex-funcionário da empresa, Rafael Calsaverini, expressou sua indignação ao afirmar que a fintech sempre incentivou o diálogo. Ele questionou as mudanças na política da empresa e considerou a demissão como uma reação desproporcional a comentários feitos pelos funcionários.
Calsaverini ressaltou que as mensagens que geraram as demissões foram “meros comentários irônicos” e não justificativas válidas para uma demissão por justa causa. Ele ainda mencionou que já teve interações mais duras, que foram resolvidas por diálogo, e não por ações punitivas.
Em sua defesa, o CEO David Vélez respondeu a Calsaverini, afirmando que ele não possui informações suficientes sobre a situação. “Vocês confundiram um canal corporativo com uma rede social. Esse comportamento não seria aceito em sua própria casa”, comentou.
O Nubank, segundo a administração, busca manter canais de comunicação abertos, mas não tolera desrespeito e violações de conduta. Além disso, manifestou que não comenta casos individuais de desligamento.
E você, o que pensa sobre essa situação? Deixe sua opinião nos comentários e participe dessa discussão.

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