Justiça mantém validade de portaria que disciplina lista do trabalho escravo

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu uma decisão judicial que mantém a validade do primeiro Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pela União com base na Portaria Interministerial MTE/MDHC/MIR nº 18/2024. Esse normativo, criado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e Ministério da Igualdade Racial, institui um Cadastro de Empregadores que sujeitaram trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como “lista suja do trabalho escravo”.

Iniciado em 2003 pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, esse cadastro é um recurso de transparência que garante acesso à informação. Seu reconhecimento constitucional já foi feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e agora a AGU defende o normativo na Justiça.

A Procuradora Nacional da União de Trabalho, Caroline de Melo e Torres, destacou que é natural que empregadores questionem sua inclusão na lista. Por sua vez, a procuradora-geral da União, Clarice Calixto, afirmou que essa decisão mantém forte a política pública de combate ao trabalho escravo contemporâneo.

A Portaria Interministerial MTE/MDHC/MIR nº 18/2024 também criou o Cadastro de Empregadores em Ajustamento de Conduta (CEAC), acessível publicamente no site do MTE. Essa nova portaria impôs requisitos mais rigorosos para a elaboração de TACs, permitindo que os empregadores adotem medidas de reparação para os trabalhadores resgatados.

No entanto, o Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com uma ação civil pública contestando a celebração do TAC. O MPT argumentou que somente ele poderia firmar tais acordos e defender os direitos dos trabalhadores em juízo, questionando um TAC inicial da União com uma empresa agropecuária que mantinha trabalhadores em condições degradantes.

Embora uma decisão liminar tenha suspendido o TAC, o juízo reconsiderou essa posição a pedido da AGU. A Advocacia-Geral defendeu que a portaria de 2024 aprimorou a política de combate ao trabalho análogo à escravidão, introduzindo regras para TACs que melhor protegem os direitos dos trabalhadores.

O tema do trabalho escravo ainda é alarmante e traz reflexões sobre direitos e deveres. O que você pensa sobre as medidas que estão sendo tomadas para combater essa realidade? Compartilhe sua opinião nos comentários.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Julgamento dos acusados da maior chacina do DF é marcado. Saiba quando

O Tribunal do Júri de Planaltina marcou o julgamento dos cinco réus da maior chacina da história do Distrito Federal, ocorrida no início...

Homem ignora medida protetiva, vai à casa da ex bêbado e é preso pela PM em Itanhém

Itanhém, BA - A Polícia Militar prendeu em flagrante, na noite de domingo (28), Valmir Gomes de Jesus, 41 anos, por descumprimento de...

Prefeito Bruno Reis celebra participação do Festival Virada Salvador com 180 mil pessoas

Durante a coletiva de imprensa no Festival Virada Salvador, o prefeito Bruno Reis (União) apresentou um balanço parcial do evento nesta segunda-feira (29)...